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2019-08-22 às 16h51

Primeiro-Ministro presidiu à assinatura do contrato para compra de cinco aviões KC-390

Primeiro-Ministro António Costa, Ministro da Defesa Nacional, Gomes Cravinho, e Jackson Scheider, da Embraer, na assinatura do contrato para compra de cinco aviões de transporte, Évora, 22 agosto 2019 (foto: Clara Azevedo)
O Primeiro-Ministro António Costa afirmou que o dia da assinatura do contrato para a compra de cinco aviões de transporte militar KC-390 é «um dia particularmente feliz por quatro razões», no seu discurso na cerimónia que decorreu em Évora na fábrica da Embraer.

«É um bom dia para as nossas Forças Armadas, é um bom dia para o nosso sistema de inovação e indústria, é um bom dia para a cidade de Évora, para o conjunto do Alentejo e para a coesão territorial e é um grande dia para as relações entre Portugal e o Brasil», explicou.

Os contratos para a compra dos cinco aviões de transporte incluem componentes feitos em Portugal, nas fábricas da Embraer em Évora e em Alverca (as antigas OGMA), e visam substituir os Hércules C-130 da Força Aérea.

A compra, que representa um total de 827 milhões de euros da Lei de Programação Militar, inclui ainda um simulador de voo, a manutenção das aeronaves nos primeiros 12 anos de vida e a adaptação das infraestruturas, foi decidida no Conselho de Ministros de 11 de julho.

O Primeiro-Ministro sublinhou que as Forças Armadas portuguesas «veem hoje reforçadas, no âmbito da execução da Lei de Programação Militar, as suas capacidades em matéria aeronáutica», ficando dotadas «com uma nova geração de aeronaves de transporte tático e estratégico, de apoio a missões de interesse público, que podem substituir a esquadra dos C-130 que, desde 1977, opera ao serviço da Força Aérea Portuguesa».

Duplo uso civil-militar

António Costa referiu também que «o investimento em segurança e defesa» deve ter duplo uso, tendo o projeto do avião KC-390 tido «um efeito catalisador muito importante no desenvolvimento da capacidade do conjunto da indústria aeronáutica» portuguesa.

Se hoje se pode falar num cluster aeronáutico em Portugal, «isso deve-se, em grande medida, a este projeto» e ao «seu potencial mobilizador de competências de investimento e de criação de capacidade industrial», disse. Este cluster já representa 3,3% das exportações nacionais.

Este projeto foi, e continua a ser «um potencial dinamizador e agregador da capacidade industrial, do nosso sistema científico e de inovação», afirmou no Primeiro-Ministro.

A existência da fábrica da Embraer, e de investimentos semelhantes, em Évora «é um fator muito importante para a coesão territorial em Portugal».

Finalmente, Portugal e o Brasil, que «sempre foram aliados e países irmãos», têm relações que «correspondem a interesses permanentes» de ambos os Estados e o KC-390 é disso exemplo: «É efetivamente um projeto cooperativo, desenvolvido em conjunto pelas diferentes entidades no Brasil e em Portugal» e que já originou outros projetos industriais semelhantes com a Embraer.

O Ministro da Defesa Nacional, João Gomes Cravinho, destacou que «Portugal está a adquirir a melhor aeronave do mercado para os requisitos operacionais e logísticos específicos do nosso País». 

«O KC-390 é uma aeronave com alcance intercontinental, dotada de verdadeiras capacidades multimissão, e capaz de executar operações estratégicas e táticas, civis e militares», disse ainda.