Conselho de Ministros aprova compra de cinco aeronaves KC-390

Na conferência de imprensa após o Conselho de Ministros, o Ministro da Defesa Nacional, João Gomes Cravinho, explicou que a aeronave com alcance intercontinental, dotada de verdadeiras capacidades multimissão, será capaz de executar operações estratégicas e táticas, civis e militares, sem limitações, desde o transporte de tropas, veículos e cargas, lançamento de paraquedistas, e pode ser reabastecida no ar. Possui uma velocidade e um raio de ação em regime de cruzeiro de longo alcance superiores ao das aeronaves do tipo C-130

«É um momento de grande satisfação podermos anunciar a RCM que dá a autorização de despesa com 5 aeronaves KC-390», disse o Ministro da Defesa Nacional, revelando que a despesa autorizada de 827 milhões de euros para estas aeronaves que cumprirão missões de duplo uso: militares e civis. Sempre que necessário, estas poderão desempenhar missões de evacuações médicas, de busca e salvamento, de transporte de doentes e apoiarão no combate aos incêndios.

O Ministro destacou também, durante a conferência, as «características únicas da aeronave KC-390» que «estabelecem um novo padrão para o transporte militar estratégico, até aqui apenas possível de assegurar com aeronaves quadrimotores, de superiores dimensões e capacidades». 

Para João Gomes Cravinho, esta é uma solução «que satisfaz integralmente os requisitos definidos pelo Estado Português, bem como os exigidos para participação nas operações militares que poderão decorrer das alianças de que Portugal faz parte».

«É uma aeronave com dois motores mas com capacidades que apenas as aeronaves de 4 motores conseguem atingir», referiu, destacando o seu «alcance intercontinental».

As cinco aeronaves KC-390, e cuja despesa para a aquisição foi agora autorizada, vão substituir a atual frota de C130 ao serviço da Força Aérea há cerca de 40 anos. O Ministro referiu que esta é uma medida necessária, uma vez que a frota C130 já está no limite da sua utilização.

Em resposta aos jornalistas, João Gomes Cravinho disse que os C130 já se encontram «no limite da sua utilização» e que «têm poucos anos de vida útil pela frente».

«Estão a passar agora por uma pequena modernização para continuarem a voar apenas até a nova frota do KC390 estar completa», acrescentou.

Sobre a Embraer, a empresa responsável pelo desenvolvimento das aeronaves KC-390, o Ministro referiu que houve um longo processo de diálogo, de parceria, de trabalho conjunto e também de negociação «para definição do preço e das especificações técnicas» das mesmas.

João Gomes Cravinho destacou também o facto do desenvolvimento desta aeronave representar «um estímulo muito significativo para a nossa econonomia», não só para as empresas que já estiveram envolvidas no projeto como também pela sua futura comercialização.

O Ministro referiu ainda que as aeronaves começarão a chegar em fevereiro de 2023 a um ritmo de um por ano até fevereiro de 2027.