A Ministra afirmou que «temos de estar preparados para responder à persistência ou recrudescimento de Covid-19 e, simultaneamente, a todas as demais necessidades em saúde e ao aparecimento do vírus da gripe sazonal depois do verão».
Marta Temido disse que o Governo está «a trabalhar com a Ordem dos Médicos para duplicar o número de vagas para a formação médica especializada em Saúde Pública, excecional e imediatamente», porque «a capacidade das equipas de saúde pública é decisiva para identificar e isolar precocemente casos e contactos».
O Governo está também «a trabalhar na duplicação da capacidade de resposta dos laboratórios do Serviço Nacional de Saúde e do Instituto Nacional de Saúde, que esperamos que atinja, só na rede pública, 22 000 testes por dia», uma vez que «a capacidade de testar é essencial para a identificação célere de casos».
Está também «a trabalhar para convergir com a média europeia de 11,5 camas de cuidados intensivos por 100 000 habitantes, completando o programa vertical de 60 milhões de euros de aquisição de ventiladores com infraestruturas», já que «a capacidade de cuidados intensivos é crítica para uma possível segunda vaga de Covid-19».
O Orçamento Suplementar permite usar, «até ao final do ano, o plano excecional de contratação de atividade adicional de primeiras consultas hospitalares e cirurgias com remuneração direta e majorada aos profissionais de saúde», porque as necessidades assistenciais «são mais do que o combate à Covid-19».
O Governo continua também a investir na Saúde Mental, colocando, no segundo semestre, 10 equipas comunitárias no terreno.
Lições da pandemia
A Ministra referiu três lições que se podem tirar da pandemia, afirmando que a saúde «precisa de medicamentos e de dispositivos médicos e a aposta na nossa indústria é essencial para garantir a autonomia em matérias primas e bens essenciais para a prestação de cuidados».
Precisa também de «intervenções de proximidade e intersectoriais, que passam pelos Sistemas Locais de Saúde, reforço dos cuidados de saúde primários e dos cuidados continuados».
E precisa ainda de avançar no digital, integrando e ampliando «o recurso à teletriagem, à teleconsulta, à telemonitorização, para melhorar o acesso e a vida das pessoas».
Investimento no SNS
Marta Temido lembrou que, no Orçamento de Estado para 2020, «a Saúde era a grande prioridade», com «o maior aumento de sempre na dotação inicial do orçamento de exploração do Serviço Nacional de Saúde, com um reforço de 941 milhões de euros».
O Orçamento de Estado para 2020 «era o instrumento de uma política económica focada nas pessoas e em 3 vértices: qualificação do acesso; motivação dos profissionais de saúde; investimento».
«Os meses seguintes e a crise sanitária da Covid-19 mostraram que esta foi a prioridade certa e por isso, no Orçamento Suplementar, reforçámos a dotação do Serviço Nacional de Saúde em mais de 500 milhões de euros», disse ainda.