O Primeiro-Ministro António Costa sublinhou que «a unidade da Europa fortalece-se na convergência: na convergência económica, mas também na convergência social», na abertura da conferência «Opening up to na era of social innovation», em Lisboa.
Hoje, «sabemos bem que uma estratégia de competitividade assente no dumping social, fiscal e ambiental é um fator de empobrecimento coletivo da nossa capacidade económica e, sobretudo, mina a coesão das nossas sociedades», afirmou o Primeiro-Ministro.
«Pelo contrário, é apostando cada vez mais no reforço da coesão, em capacitar todos para poderem participar ativamente na construção da sociedade, que nós podemos dar força à convergência e reforçar a União Europeia».
António Costa destacou que «reforçar o pilar social da UE é, no fundo, reforçar aquilo que tem garantido, ao longo destes 70 anos, o que de mais precioso a Europa conseguiu: ser um continente de paz, de liberdade e de prosperidade partilhada».
Inovação social para concretizar pilar social da UE
O Primeiro-Ministro sublinhou que a Comissão Europeia «sob a presidência de Jean-Claude Juncker, soube assumir a inovação social como um dos instrumentos fundamentais para realizar o pilar social da UE»,
A conferência sobre inovação social «tem lugar cerca de uma semana após a Cimeira Social de Gotemburgo», na qual «foi possível proclamar o Pilar Social», assente na igualdade de oportunidades, nas condições de trabalho justas e na proteção e inclusão social para todos.
Quando «a UE se prepara para discutir a Europa pós-2020», esta conferência permite «pensar em conjunto como a inovação social pode contribuir para realizar os princípios do Pilar Social, e fazê-lo num país que foi pioneiro» na inclusão no Portugal 2020 de um programa específico para apoiar a inovação social, afirmou.
A inovação social «é fazer a ponte entre a ciência, a criatividade, o empreendedorismo e as necessidades das pessoas».
Responder ao medo do futuro com o modelo social
«O grande desafio que a Europa hoje enfrenta é responder ao medo, à ansiedade, às angústias de tantos e tantos cidadãos relativamente ao futuro», disse, referindo que a globalização tem «resgatado da pobreza milhões de ser humanos» mas, simultaneamente, tem «colocado na pobreza ou no risco de pobreza tantos cidadãos das economias mais avançadas».
O Primeiro-Ministro afirmou que «a melhor resposta que a Europa tem a dar a este medo», «é afirmar com toda a determinação os valores que a têm feito uma referência mundial como portadora de um modelo social único que tem garantido paz, liberdade, e prosperidade partilhadas».
Para que isso aconteça é fundamental investir em dar instrumentos aos cidadãos «para enfrentarem as incertezas do futuro com confiança e com segurança».
António Costa afirmou que «o grande desafio que temos pela frente é capacitar cada um dos cidadãos para enfrentar as incertezas do futuro com confiança e com segurança, contribuir para a inclusão de todos e para terem uma cidadania ativa»,
Para isto, «é fundamental que todos sintam que a sociedade é partilhada por todos», sendo que, «para isso a redução das desigualdades tem de ser uma prioridade essencial».
Um pilar reforça o outro
O Primeiro-Ministro sublinhou que «não há uma alternativa entre investir na solidariedade ou investir na competitividade», pois «o pilar económico e o pilar social da UE reforçam-se mutuamente – e é aí que a inovação social tem um papel particularmente importante, porque faz a ponte».
«Tal como na economia, também na resposta à dimensão social da Europa é investindo no conhecimento que podemos obter melhores resultados», disse, acrescentando que ao reforçar o pilar social estamos a «reforçar o pilar económico da Europa e a nossa capacidade de sermos mais competitivos no mundo».
«Seremos mais competitivos se formos capazes de integrar todos e de conseguir mobilizar todos os cidadãos europeus para ajudar a construir o futuro da UE», disse ainda.
António Costa afirmou ainda a importância de trabalhar em rede em parceira – dando como exemplo a Fundação Gulbenkian, onde decorreu a conferência – mobilizando «a energia que existe na sociedade, quer no mercado, quer no Estado.