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2017-11-27 às 12h33

Unidade da Europa fortalece-se na convergência económica e social

Conferência europeia de inovação social «Opening up to na era of social innovation»
Primeiro-Ministro António Costa na cerimónia de abertura da conferência europeia sobre inovação social, Lisboa, 27 novembro 2017
O Primeiro-Ministro António Costa sublinhou que «a unidade da Europa fortalece-se na convergência: na convergência económica, mas também na convergência social», na abertura da conferência «Opening up to na era of social innovation», em Lisboa.

Na abertura intervieram também a Ministra da Presidência e da Modernização Administrativa, Maria Manuel Leitão Marques, e os Comissários europeus Marianne Thyssen e Carlos Moedas, responsáveis respetivamente pelos direitos sociais e pela investigação e inovação.

Hoje, «sabemos bem que uma estratégia de competitividade assente no dumping social, fiscal e ambiental é um fator de empobrecimento coletivo da nossa capacidade económica e, sobretudo, mina a coesão das nossas sociedades», afirmou o Primeiro-Ministro.

«Pelo contrário, é apostando cada vez mais no reforço da coesão, em capacitar todos para poderem participar ativamente na construção da sociedade, que nós podemos dar força à convergência e reforçar a União Europeia».

António Costa destacou que «reforçar o pilar social da UE é, no fundo, reforçar aquilo que tem garantido, ao longo destes 70 anos, o que de mais precioso a Europa conseguiu: ser um continente de paz, de liberdade e de prosperidade partilhada».

Inovação social para concretizar pilar social da UE

O Primeiro-Ministro sublinhou que a Comissão Europeia «sob a presidência de Jean-Claude Juncker, soube assumir a inovação social como um dos instrumentos fundamentais para realizar o pilar social da UE», 

A conferência sobre inovação social «tem lugar cerca de uma semana após a Cimeira Social de Gotemburgo», na qual «foi possível proclamar o Pilar Social», assente na igualdade de oportunidades, nas condições de trabalho justas e na proteção e inclusão social para todos.

Quando «a UE se prepara para discutir a Europa pós-2020», esta conferência permite «pensar em conjunto como a inovação social pode contribuir para realizar os princípios do Pilar Social, e fazê-lo num país que foi pioneiro» na inclusão no Portugal 2020 de um programa específico para apoiar a inovação social, afirmou.

A inovação social «é fazer a ponte entre a ciência, a criatividade, o empreendedorismo e as necessidades das pessoas».

Responder ao medo do futuro com o modelo social

«O grande desafio que a Europa hoje enfrenta é responder ao medo, à ansiedade, às angústias de tantos e tantos cidadãos relativamente ao futuro», disse, referindo que a globalização tem «resgatado da pobreza milhões de ser humanos» mas, simultaneamente, tem «colocado na pobreza ou no risco de pobreza tantos cidadãos das economias mais avançadas».

O Primeiro-Ministro afirmou que «a melhor resposta que a Europa tem a dar a este medo», «é afirmar com toda a determinação os valores que a têm feito uma referência mundial como portadora de um modelo social único que tem garantido paz, liberdade, e prosperidade partilhadas».

Para que isso aconteça é fundamental investir em dar instrumentos aos cidadãos «para enfrentarem as incertezas do futuro com confiança e com segurança». 

António Costa afirmou que «o grande desafio que temos pela frente é capacitar cada um dos cidadãos para enfrentar as incertezas do futuro com confiança e com segurança, contribuir para a inclusão de todos e para terem uma cidadania ativa», 

Para isto, «é fundamental que todos sintam que a sociedade é partilhada por todos», sendo que, «para isso a redução das desigualdades tem de ser uma prioridade essencial».

Um pilar reforça o outro

O Primeiro-Ministro sublinhou que «não há uma alternativa entre investir na solidariedade ou investir na competitividade», pois «o pilar económico e o pilar social da UE reforçam-se mutuamente – e é aí que a inovação social tem um papel particularmente importante, porque faz a ponte».

«Tal como na economia, também na resposta à dimensão social da Europa é investindo no conhecimento que podemos obter melhores resultados», disse, acrescentando que ao reforçar o pilar social estamos a «reforçar o pilar económico da Europa e a nossa capacidade de sermos mais competitivos no mundo».

«Seremos mais competitivos se formos capazes de integrar todos e de conseguir mobilizar todos os cidadãos europeus para ajudar a construir o futuro da UE», disse ainda.

António Costa afirmou ainda a importância de trabalhar em rede em parceira – dando como exemplo a Fundação Gulbenkian, onde decorreu a conferência – mobilizando «a energia que existe na sociedade, quer no mercado, quer no Estado.