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2018-03-05 às 18h55

«Um dia histórico para a consolidação da rede transeuropeia de transportes»

Ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques, e comissária dos Transportes da União europeia, Violeta Bulc, na cerimónia de início da obra de reabilitação da linha ferroviária Covilhã-Guarda, Covilhã, 5 março 2018
O Ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques, acompanhado da comissária dos Transportes da União europeia, Violeta Bulc, presidiu à cerimónia de início da obra de reabilitação da linha ferroviária Covilhã-Guarda, na Covilhã.

O Ministro afirmou que «depois de décadas e décadas em que, no nosso país, apenas havia notícias de linhas fechadas e nunca de linhas reabertas, assinalamos aqui, na Covilhã, o início da obra de modernização da Linha da Beira Baixa, que permitirá reabrir a ligação entre a Covilhã e a Guarda, que estava encerrada há uma década». 

A obra «incluirá a construção da Concordância com a Linha da Beira Alta, o que facilitará a circulação de comboios entre as duas linhas, particularmente na sua circulação para Espanha».

Pedro Marques disse ainda que se trata «de um investimento de enorme importância para o interior do País, fomentando a coesão territorial, e aproximando estas duas cidades, Covilhã e Guarda, que veem assim aumentadas as condições para se tornarem em focos de desenvolvimento no interior».

Este troço de 46 quilómetros, integrado na linha da Beira Baixa, estava encerrado há 10 anos, começando agora os trabalhos de modernização e eletrificação, orçados em 85 milhões de euros, dos quais 68 do Portugal 2020.

Esta obra permitirá fazer a concordância entre as linhas da Beira Baixa e da Beira Alta, e dará um forte contributo para o desenvolvimento do interior e a coesão nacional.

Com esta intervenção, passarão a poder circular comboios de mercadorias de 600 metros de comprimento, fazendo a ligação à rede espanhola, e os comboios, nomeadamente de passageiros, poderão circular a maior velocidade.

Dia histórico

Esta cerimónia juntamente com a que, de manhã, assinalou o início da construção da ferrovia entre Évora e a fronteira do Caia, na Linha do Leste, traduz «um dia histórico».

«É um dia histórico para a Europa e para a consolidação da rede transeuropeia de transportes, para a Península Ibérica e para o reforço de ligações entre Portugal e Espanha», disse o Ministro.

Estas declarações foram feitas por Pedro Marques na cerimónia onde estiveram também presentes o Primeiro-Ministro, António Costa, o Presidente do Governo de Espanha, Mariano Rajoy, e a Comissária Europeia para os Transportes, Violeta Bulc, na estação ferroviária de Elvas.

Investimento estruturante de apoio à coesão europeia

«Este é um investimento estruturante» e «de uma importância decisiva para a consolidação da rede ferroviária, enquanto elemento de suporte da coesão europeia», realçou ainda Pedro Marques.

Lembrando que Espanha é «o maior parceiro comercial de Portugal», o Ministro referiu que a concretização deste projeto é «essencial para a conectividade entre os dois países, no sentido de facilitar a mobilidade de pessoas e do transporte de mercadorias».

Pedro Marques sublinhou também o impulso que a obra do corredor sul vai dar aos portos de Sines (de onde o transporte de mercadorias «terá uma redução de custos superior a 30%»), Setúbal e Lisboa («que ganharão folgo adicional»).

Pedro Marques destacou que este é «o maior investimento público na região», desde a construção da Barragem do Alqueva: «O Governo está a apostar na rede ferroviária nacional».

Ferrovia 2020 

O Programa de Modernização da Rede Ferroviária Nacional, Ferrovia 2020, destina-se a aumentar a competitividade do transporte ferroviário e a melhorar as ligações internacionais, através de intervenções em metade (1200 quilómetros) da rede ferroviária, com um custo de 2000 mil milhões de euros.

Tem três grandes eixos, os corredores internacionais norte e sul, o corredor nacional norte-sul e os corredores complementares.

O corredor internacional sul assegurará a ligação das plataformas logísticas e dos portos de Lisboa, Setúbal e Sines a Espanha, através da intervenção ou construção em mais de 170 quilómetros de via, num investimento de 627 milhões, dos quais 389 milhões da UE.

O corredor internacional norte assegurará a ligação das plataformas logísticas e dos portos de Aveiro e Leixões a Espanha, permitindo a circulação de comboios elétricos em toda a linha da Beira Baixa, representando mais de 250 quilómetros a via a intervencionar, num investimento de 676 milhões, dos quais 386 da UE.

O corredor atlântico, que liga o litoral de Lisboa até à Galiza, terá intervenções em 200 quilómetros de via, designadamente na linha do Minho (Porto-Valença) e na Linha do Norte (Lisboa-Porto), num investimento de 380 milhões, dos quais 227 milhões da UE.

Os corredores complementares incluem intervenções, nomeadamente de eletrificação, nas linhas do Douro, Oeste, Cascais, e Algarve, num total de 260 quilómetros, num investimento de 264 milhões, dos quais 141 milhões da UE.