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2018-03-03 às 13h13

Programa de regadios melhora produtividade e cria emprego

Primeiro-Ministro António Costa coloca a primeira pedra da empreitada de modernização do aproveitamento hidroagrícola da Lezíria Grande, Vila Franca de Xira, 3 março 2018
O Programa Nacional de Regadios «é essencial para melhorarmos a nossa produtividade, competitividade e coesão territorial, sendo ainda um poderoso meio de adaptação às alterações climáticas», afirmou o Primeiro-Ministro António Costa no lançamento do programa,na Lezíria Grande, em Vila Franca de Xira. 

Este «é um grande projeto estratégico para o País. São 500 milhões de euros de investimento que vão permitir aumentar em mais 50 mil hectares as áreas de regadio e modernizar mais 40 mil» hectares de regadios que já existiam, disse o Primeiro-Ministro.

António Costa acrescentou que este investimento «melhora a produtividade da nossa agricultura, mas também aumenta a capacidade de reserva e permite uma gestão mais eficiente da água».

Portugal «tem de estar preparado para prevenir os efeitos das alterações climáticas», pelo que «temos de continuar a investir, mas também tendo em conta que temos o desafio das alterações climáticas e, portanto, mais vale prevenir agora do que remediar».

95 mil hectares

O Programa Nacional de Regadios prevê que Portugal tenha, até 2022, cerca de 95 mil hectares de regadios, dos quais 54 serão novos e os restantes correspondentes a modernizações, estando alocado um investimento público de cerca de 534 milhões de euros.

O Ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural, Capoulas Santos, referiu que foram apresentados 54 projetos, dos quais 22 já viram a sua candidatura aprovada : cinco no Algarve e no Sudoeste Alentejano, sete no Alentejo, sete no Litoral Norte e Centro, e três no Interior Norte e Centro (Mapa do Programa Nacional de Regadios).

Os 22 projetos já aprovados correspondem a investimentos de 248 milhões de euros, devendo os restantes ser aprovados até ao final do ano, «para que a execução esteja concluída, o mais tardar, em 2022», disse Capoulas Santos à Lusa. 

Interesse dos agricultores

O número de projetos apresentado mostra que há «uma grande intenção» de investir no regadio, sendo «iniciativas emanam dos próprios agricultores, uma vez que a política de regadio só avança quando metade dos agricultores de uma determinada área a beneficiar estejam dispostos a constituir-se numa associação e a demonstrar a vontade de ver os seus terrenos irrigados», sublinhou. 

«A água e o regadio são o mais importante fator de competitividade da nossa agricultura, o melhor instrumento de resiliência contra as consequências das alterações climáticas que se têm vindo a verificar e que, no caso deste ano e do ano passado, são particularmente evidentes com a seca».

Os regadios «visam também uma maior criação de emprego, contribuindo, desta forma, para a coesão territorial e para a criação de riqueza no nosso território», acrescentou o Ministro. 

«A agricultura portuguesa tem vindo a conhecer um grande trajeto de inovação e prosperidade nos últimos anos e isso muito se deve ao aumento da disponibilidade de água, sobretudo, num país com as nossas características climáticas. A água é um fator determinante, principalmente, se for fornecida aos agricultores a preços acessíveis», disse Capoulas Santos.

No caso do projeto de modernização do aproveitamento hidroagrícola da Lezíria Grande de Vila Franca de Xira serão beneficiados cerca de 6500 hectares, num investimento de 30 milhões de euros, beneficiando as cerca de 400 empresas que operam na lezíria.

Capoulas Santos sublinhou que «o projeto tem uma importância económica e ambiental muito grande. Visa beneficiar cerca de 6500 hectares da lezíria, através do novo sistema de condutas, para que os agricultores possam ficar protegidos e também para aproveitar melhor os solos que, nalguns casos, têm um elevado grau de salinização», alguns deles só podendo «ser utilizados para o cultivo do arroz, precisamente por essa razão».