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2017-11-17 às 17h29

Plano Nacional de Regadios é estratégico para contornar as consequências das alterações climáticas na agricultura

Ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural, Luís Capoulas Santos

«O Plano Nacional de Regadios representa uma grande aposta na competitividade da nossa agricultura, constituindo um fator importante para acentuar a sua vocação exportadora e para a criação de riqueza, para além de ser um importante vetor de desenvolvimento rural», afirmou o Ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural, Luís Capoulas Santos, em entrevista à agência Lusa.

O Ministro acrescentou que «o Plano Nacional de Regadios, vai implicar um investimento de cerca de 500 milhões de euros para requalificar regadios obsoletos ou construir novos regadios, beneficiando uma área total de 90 mil hectares, pelo que vai ter uma importância acrescida no contexto que se está a viver, em que cada vez são mais evidentes as consequências negativas das alterações climáticas na agricultura».

«Numa região como o sul da Europa, onde Portugal está incluído, que é tão exposta às consequências negativas das alterações climáticas, as medidas mitigadoras passam essencialmente por duas frentes. Em primeiro lugar, por aumentar a capacidade de armazenagem, para que possamos dispor de água nos períodos críticos, como é o caso desta seca que estamos, infelizmente, a viver», referiu Capoulas Santos.

Em segundo lugar, é preciso «avançar no uso eficiente da água, com sistemas tecnologicamente mais avançados, que permitam ter melhores resultados em termos da produção agrícola com cada vez menos água », disse ainda o Ministro.

Nova política de regadios mais eficiente

Capoulas Santos afirmou que «é necessária a conjugação dos dois fatores - o armazenamento e a adoção de medidas que garantam o uso eficiente e a redução dos desperdícios de água, que são os pilares básicos da nova política de regadios, traduzida neste Plano, um grande investimento para os próximos quatro a cinco anos».

«Através do Plano, o Governo vai ampliar significativamente o regadio nacional com projetos espalhados um pouco por todo o País», acrescentou também o Ministro.

O Plano Nacional de Regadios vai ser financiado com verbas do Programa de Desenvolvimento Rural e com um montante de 260 milhões de euros resultante de dois empréstimos concedidos por bancos europeus. O maior empréstimo, de 180 milhões de euros, vai ser concedido pelo Banco Europeu de Investimento e o outro, de 80 milhões de euros, pelo Banco do Conselho da Europa.

Ampliação do Alqueva avança em 2018

O Ministro referiu ainda que a ampliação do Alqueva avança em 2018, «incluindo um vasto conjunto de obras que o Governo quer ter concluído até 2022, para criar mais 49 mil hectares de regadio distribuídos por 13 novos blocos de rega, espalhados um pouco por toda a região do Alentejo», sendo sete no distrito de Beja, cinco no de Évora e um no de Setúbal.

«Além dos blocos de rega, a ampliação prevê também um investimento muito importante numa ligação para levar água do Alqueva aos concelhos de Castro Verde, Almodôvar e Ourique, e parte dos de Odemira e Mértola», acrescentou Capoulas Santos.

O Ministro afirmou que a ampliação do projeto do Alqueva se enquadra no Plano Nacional de Regadios. Atualmente, esta barragem produz energia, reforça o abastecimento público de água no Alentejo e rega 120 mil hectares. Na sua capacidade total de armazenamento, o Alqueva é o maior lago artificial da Europa, com uma área de 250 quilómetros quadrados e cerca de 1160 quilómetros de margens.