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«O
Plano Nacional de Regadios representa uma grande aposta na
competitividade da nossa agricultura, constituindo um fator
importante para acentuar a sua vocação exportadora e para a criação de riqueza,
para além de ser um importante vetor de desenvolvimento rural»,
afirmou o Ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural, Luís
Capoulas Santos, em entrevista à agência Lusa.
O Ministro acrescentou que «o Plano
Nacional de Regadios, vai implicar um investimento de cerca de 500 milhões de
euros para requalificar regadios obsoletos ou construir novos regadios,
beneficiando uma área total de 90 mil hectares, pelo
que vai ter uma importância acrescida no contexto que se está a
viver, em que cada vez são mais evidentes as consequências negativas das
alterações climáticas na agricultura».
«Numa região como o sul da
Europa, onde Portugal está incluído, que é tão exposta às consequências
negativas das alterações climáticas, as medidas mitigadoras passam
essencialmente por duas frentes. Em primeiro lugar, por aumentar
a capacidade de armazenagem, para que possamos dispor de água nos períodos
críticos, como é o caso desta seca que estamos, infelizmente, a viver»,
referiu Capoulas Santos.
Em
segundo lugar, é preciso «avançar no uso eficiente da água, com sistemas
tecnologicamente mais avançados, que permitam ter melhores resultados em termos
da produção agrícola com cada vez menos água », disse ainda o Ministro.
Nova
política de regadios mais eficiente
Capoulas Santos afirmou que «é
necessária a conjugação dos dois fatores - o armazenamento e a adoção de
medidas que garantam o uso eficiente e a redução dos desperdícios de água, que
são os pilares básicos da nova política de regadios, traduzida neste
Plano, um grande investimento para os próximos quatro a cinco anos».
«Através do Plano,
o Governo vai ampliar significativamente o regadio nacional com projetos
espalhados um pouco por todo o País», acrescentou também o
Ministro.
O Plano Nacional de Regadios
vai ser financiado com verbas do Programa de Desenvolvimento Rural e com um montante
de 260 milhões de euros resultante de dois empréstimos concedidos por bancos
europeus. O maior empréstimo, de 180 milhões de euros, vai ser concedido pelo
Banco Europeu de Investimento e o outro, de 80 milhões de euros, pelo Banco do
Conselho da Europa.
Ampliação
do Alqueva avança em 2018
O
Ministro referiu ainda que a ampliação do Alqueva avança em 2018, «incluindo um
vasto conjunto de obras que o Governo quer ter concluído até 2022, para criar
mais 49 mil hectares de regadio distribuídos por 13 novos blocos de rega,
espalhados um pouco por toda a região do Alentejo», sendo sete no distrito de
Beja, cinco no de Évora e um no de Setúbal.
«Além
dos blocos de rega, a ampliação prevê também um investimento muito importante
numa ligação para levar água do Alqueva aos concelhos de Castro Verde,
Almodôvar e Ourique, e parte dos de Odemira e Mértola», acrescentou Capoulas
Santos.
O Ministro afirmou que a
ampliação do projeto do Alqueva se enquadra no Plano Nacional de Regadios. Atualmente,
esta barragem produz energia, reforça o abastecimento público de
água no Alentejo e rega 120 mil hectares. Na sua
capacidade total de armazenamento, o Alqueva é o maior lago artificial da
Europa, com uma área de 250 quilómetros quadrados e cerca de 1160
quilómetros de margens.
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