O Primeiro-Ministro António Costa esteve presente na cimeira dos países da europa do Sul, que se reuniu em La Valletta, Malta, e contou com a presença dos Chefes de Estado de França (Emmanuel Macron) e de Chipre (Nicos Aanastasiades) e dos Chefes de Governo Espanha, (Pedro Sanchez), Grécia (Alexis Tsipras), Itália (Giuseppe Conti) e de Malta (Joseph Muscat).
A cimeira aprovou uma
declaração da qual o Primeiro-Ministro destacou a importância da solidariedade – «um valor europeu em todas as circunstâncias» -, tendo-a manifestado «à Irlanda nas negociações difíceis que serão mantidas em torno do Brexit» e a Chipre.
António Costa disse que, além da afirmação necessidade da solidariedade entre os países da Europa, «esta reunião, uma semana antes do Conselho Europeu, centrou-se sobre a agenda estratégica», tendo apontado «três prioridades claras».
Anseios dos cidadãos
«A primeira é responder positivamente aos anseios dos cidadãos europeus por terem uma Europa mais verde, que garanta maior proteção social e segurança a todos», disse.
O Primeiro-Ministro disse que «Europa verde significa que aposta na economia circular, num novo paradigma da mobilidade e numa transição energética que assente na cada vez maior utilização e produção de energias renováveis».
«Para que isso aconteça é preciso completarmos o mercado único da energia e assegurarmos a interconexão entre todos, para que os custos e os benefícios das energias renováveis possam ser solidariamente partilhados por todos», acrescentou.
Europa social significa «uma europa que investe na educação, na formação ao longo da vida e garante proteção social a todos em todas a eventualidades», «que dá segurança a todos os cidadãos de que ninguém fica para trás neste momento de transição tecnológica tão profunda, seja no domínio energético, seja no da transição para a sociedade digital, seja no da automação».
António Costa acrescentou que «a Europa tem de estar na linha da frente desta nova economia, mas temos de seguir todos em conjunto e não podemos deixar ninguém para trás – aqui também a solidariedade tem de ser prioridade».
A Europa deve ainda garantir «segurança a todos os cidadãos perante a ameaça terrorista, perante a ameaça ao seu modo de vida, perante a ameaça que sentem quanto ao futuro. Temos de garantir a todos, em particular às novas gerações, que vão ter as oportunidades para poderem colher na Europa todos os benefícios que ela pode dar neste mundo global», disse.
Economia forte
Na sua declaração no final da cimeira, o Primeiro-Ministro disse que a segunda prioridade é ter «uma economia europeia forte o que, neste mundo globalizado, é uma economia que investe cada vez mais na inovação e, portanto, na investigação e no desenvolvimento; é uma economia que aposta na transição para o digital; que tem uma política industrial inteligente, que permita aproveitar aos desafios da transição climática e da transição digital para criar uma base económica mais sólida».
É também «uma economia que possa ter uma política comercial que não torne a europa um espaço económico fechado, mas promova a difusão daquilo que tem feito a diferença: o nosso modelo social, os nossos níveis de exigência ambientais e de qualidade e segurança alimentar, para que deixem de sérum privilégio dos europeus e possam ser benefícios partilhados por toda a humanidade».
«Não há economia forte sem concluirmos com sucesso o projeto mais ambicioso que a Europa já iniciou que é a construção de uma moeda comum», disse acrescentando que embora hoje a Europa esteja melhor preparada do que em 2008 e em 2011 para enfrentar uma crise financeira, «é fundamental que não desperdicemos a oportunidade de concluir a tempo a união económica e monetária».
«Na próxima semana podemos dar já um passo muito importante para concretizarmos a capacidade orçamental da zona euro que financie o esforço para a convergência e para a melhoria da competitividade», disse.
Todavia, «temos de prosseguir, concluindo a união bancária e designadamente o mecanismo de garantia de depósitos, o back-stop para os fundos de resolução, termos um novo mecanismo europeu de estabilidade e sobretudo um mecanismo de estabilização que possa ser eficaz perante uma crise que não desejamos mas cujo risco de vir a existir não podemos eliminar».
Parceria com África
A terceira prioridade, é que «esta agenda estratégica tem de prever a ambição de termos, tão rapidamente quanto possível, uma parceria estratégica com o continente africano para o século XXI».
«África é o nosso vizinho mais próximo; é, seguramente, a maior oportunidade de desenvolvimento à escola global; é a zona do mundo com uma dinâmica demográfica e económica que exige da Europa maior e crescente proximidade», disse António Costa.
O Primeiro-Ministro concluiu afirmando que «é dessa forma positiva que temos de olhar para a nossa relação com África e temos de ter, nos próximos sete anos, a capacidade de concretizar esta parceria estratégica».