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2018-10-25 às 10h58

Houve uma mudança de rumo na forma como o País aborda os fogos rurais

Balanço dos Incêndios Rurais em 2018 - Conselho de Ministros de 25 outubro 2018
O Conselho de Ministros sobre a Floresta, que se realiza na Tapada de Mafra, destina-se a rever as decisões tomadas pelo Governo a 21 de outubro de 2017, um ano depois da sua execução, disse o Primeiro-Ministro António Costa na introdução à apresentação do balanço dos incêndios rurais de 2018.

O balanço foi apresentado por dirigentes do Instituto do Mar e da Atmosfera, do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, da Autoridade Nacional de Proteção Civil e pelo presidente da Estrutura de Missão para a Instalação do Sistema de Gestão Integrada dos Fogos Rurais, Tiago Oliveira.

O Primeiro-Ministro deixou uma palavra de reconhecimento ao trabalho desenvolvido ao longo deste ano por todos os que contribuíram positivamente para os resultados alcançados no combate aos fogos rurais, acrescentado que o Governo toma primeiro conhecimento da informação disponível, para depois poder tomar as medidas adequadas à realidade.

Mudança de rumo

O presidente da Estrutura de Missão para a Instalação do Sistema de Gestão Integrada dos Fogos Rurais, Tiago Oliveira, recordou que havia dificuldades estruturais profundas na forma como Portugal abordava os fogos rurais, tendo, ao longo do ano de 2018, havido uma melhoria, nomeadamente do conhecimento destes fogos, e, sobretudo, uma mudança de rumo.

Este novo rumo começou a concretizar-se num novo modelo de gestão de fogos através do sistema de gestão integrada envolvendo todos os intervenientes.

A mudança passou por quatro grandes eixos que implicaram a mudança de atitudes e comportamentos, a capacitação e qualificação dos diversos intervenientes, iniciativas estruturais de prevenção e combate, e aumento da resiliência do território.

Em 2018 a estratégia passou prioritariamente por proteger populações, reduzir focos de incêndio, gerir combustível em áreas de risco, reforçar e pré-posicionar meios em áreas de risco e melhorar a decisão e reforçar a qualificação.

Esta estratégia envolveu 72 iniciativas com 11 áreas de governo, a participação de peritos internacionais nos processos de planeamento, a elaboração de um mapa de prioridades de intervenção em torno do edificado dos concelhos e de um mapa de probabilidade, e o lançamento da Agência para a Gestão Integrada de Fogos Rurais.

Tiago Oliveira sublinhou a necessidade de que a paisagem rural portuguesa seja alterada – o que passa pela reforma da floresta aprovada pelo Governo – referindo que processos desta natureza são longos e ainda só passou um ano.

Severidade meteorológica

Em termos meteorológicos, verificou-se uma situação de severidade meteorológica muito relevante desde início de agosto, prolongando-se pelos meses seguintes, atingindo-se continuamente os valores mais altos de temperatura.

Houve também mudanças muito rápidas e imprevisíveis de condições meteorológicas e para fazer face às novas necessidade o IPMA vai investir na rede de radares meteorológicos, na rede de descargas elétricas, e na informação ao público.

Redução de materiais combustíveis

O INCF apontou que as causas dos incêndios são, em 53%, queimas e queimadas, em 21%, ações de indivíduos, e em 11%, reacendimentos.

Em 2018, em comparação com os 10 anos anteriores, houve menos 43% incêndios (o segundo ano com menor número), e menos 69% de área ardida (o terceiro ano com menor número).

Na origem desta melhoria estão as ações do Plano de Redução de Ignições e as campanhas que produziram uma mudança de atitude, bem como o aumento do pessoal de cerca de 2000 para mais de 2700, e o aumento de viaturas de 342 para 447. 

O Planco Nacional de Gestão de Combustíveis, também da responsabilidade do ICNF, executou cortes de vegetação em 2500 hectares (estavam previstos 1600 ha), faixas de interrupção de combustíveis em mais de 1500 km, caminhos florestais em 879 km.

Proteção civil

Na área da proteção civil, os principais objetivos definidos pelo Governo foram a preservação da vida humana e da riqueza nacional.

Isto foi conseguido por um conjunto de medidas centradas na maior prevenção, num ataque inicial robusto e rápido, e na retirada de populações de zonas em risco.

Em 2018, o País teve apenas um grande incêndio (mais de 1000 ha), o de Monchique.

Os recursos humanos do sistema aumentaram em 11% entre 2017 e 2018, os meios terrestres em 12%, e os meios aéreos em 17%.