A Ministra da Justiça, Francisca Van Dunem, afirmou que o Conselho de Ministros aprovou uma proposta que «visa melhorar as garantias processuais dos arguidos menores durante o processo penal».
Na conferência de imprensa após a
reunião do Conselho de Ministros, Francisca Van Dunem referiu que esta iniciativa consubstancia a transposição de uma diretiva do Parlamento Europeu que pretende que «os menores tenham melhor conhecimento do objetivo do processo penal e dos seus direitos», e prevenir casos de reincidência.
A Ministra sublinhou que a maior parte das medidas previstas pela diretiva já estavam incorporadas na ordem jurídica em Portugal e acrescentou que a proposta aprovada incide especificamente em cinco áreas.
Num primeiro nível, a proposta contempla a «possibilidade de acompanhamento do menor no ato em que intervenha no processo pelo seu representante legal ou por um adulto indicado por ele». Depois, é feita também uma avaliação individual do menor com o objetivo de «prevenção da reincidência».
A proposta prevê também a «limitação do acesso de terceiros aos autos de interrogatórios de menores», passando a contemplar uma «restrição em nome da defesa da privacidade dos menores entre 16 e 18 anos».
Outro das áreas da proposta permite criar a presunção de que um arguido é menor de idade mesmo quando não é possível fazer prova científica, «desde que as circunstâncias do caso levem a crer que é alguém que merece esta proteção». Francisca Van Dunem afirmou que se aplica uma «proteção por defeito», aplicando-se este tratamento em caso de dúvida.
Por último, pretende-se ainda garantir celeridade processual, pelo que «processos que envolvam arguidos entre 16 e 18 anos têm natureza urgente».