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2018-09-27 às 11h08

«Brevemente estarão concluídas as negociações» para o novo aeroporto do Montijo

Primeiro-Ministro António Costa discursa na Cimeira do Turismo Português, Lisboa, 27 setembro 2018 (foto: Tiago Petinga/Lusa)
«Temos de corrigir hoje o erro que foi cometido há dez anos de, a tempo e horas, não termos feito o aeroporto de que já então necessitávamos», afirmou o Primeiro-Ministro António Costa, acrescentando que a intenção do Governo é construir o novo aeroporto do Montijo, mantendo o de Lisboa.

O Governo aguarda «unicamente a decisão em matéria de avaliação de impacto ambiental» para «tornar a decisão absolutamente irreversível», acrescentou o Primeiro-Ministro na abertura da Cimeira do Turismo Português, no Teatro São Luiz, em Lisboa. 

António Costa referiu que «há cerca de um ano, o Governo assinou com os novos proprietários da ANA um acordo para definir uma opção estratégica fundamental, que está definida: Manter o aeroporto da Portela e crescermos com um novo aeroporto no Montijo».

Com o ritmo de crescimento da procura de tráfego aéreo na região de Lisboa, «não há outra solução que não seja a Portela com Montijo, e muito brevemente estarão concluídas as negociações com a ANA», a empresas de aeroportos.

O Primeiro-Ministro disse ainda que «depois de o País se ter dilacerado décadas em estudos e em alternativas sobre o local, não podemos agora perder tempo e, acima de tudo, não podemos dar tempo para que o consenso nacional se esgote mais uma vez». 

«Por isso, temos de decidir, temos de avançar e temos de fazer», acrescentou.

O Ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques, também esteve presente na cerimónia e afirmou que com as intervenções no Aeroporto Humberto Delgado, a construção de um Aeroporto Complementar no Montijo e as mudanças no Espaço Aéreo, o Governo estará a atender às necessidades imediatas, ao mesmo tempo que dá «resposta aos desafios de longo prazo, resolvendo as necessidades de crescimento de tráfego para as próximas décadas».

«Não há turismo a mais»

Na sua intervenção, o Primeiro-Ministro recusou novamente a ideia de que há turismo a mais: «Ao contrário da ideia de que há turistas a mais, quero dizer que não há turistas a mais em Portugal. Pelo contrário, temos de aumentar a intensidade do turismo em Portugal».

António Costa afirmou que o País ainda está aquém do volume de turismo que pode ter sustentavelmente: «O turismo vale, em média, 10% do Produto Interno Bruto nos países da União Europeia e, em Portugal, ainda só vale 8%. Temos de, pelo menos, atingir a média europeia».

Portugal precisa de seguir uma estratégia a dez anos «para assegurar que o turismo tem, não só um crescimento sustentado, como é uma atividade sustentável».

António Costa disse que em 2017 o crescimento da procura turística foi superior nas regiões Centro, Norte e Açores ao crescimento da procura para as cidades de Lisboa e do Porto.

«A procura turística no interior valoriza os recursos endógenos e permite fixar populações», sublinhou.

Portugal com maior crescimento do turismo na Europa

O Primeiro-Ministro apontou o impacto do turismo em toda a economia, desde a produção agroalimentar aos transportes, incluindo decisões sobre investimento tomadas por empresa cujos decisores «conheceram Portugal em primeiro lugar como turistas», destacando que «o País deve muito ao turismo e nós temos de continuar a acarinhar o turismo para que ele se possa desenvolver».

Na reunião, que decorreu no Dia Mundial do Turismo, António Costa destacou que Portugal regista o maior crescimento do turismo da Europa: entre 2010 e 2018, Portugal foi o país europeu onde as exportações de turismo mais cresceram, e em 2017, as receitas turísticas ultrapassaram pela primeira vez os 15 mil milhões de euros e o emprego atingiu o seu valor mais alto de sempre com 396 mil pessoas.

Mostrando a sua excelência no setor, em 2017, Portugal recebeu 2114 prémios internacionais no setor do turismo, assinalou.

António Costa referiu os apoios ao investimento turístico, destacando os 280 milhões de euros na linha Qualificar para apoio a projetos de qualificação, e a captação de 185 novas rotas e de 225 novas operações aéreas. Mesmo assim, é preciso continuar a «trabalhar o setor», disse ainda.