Saltar para conteúdo
Histórico XXI Governo - República Portuguesa Voltar para Governo em funções

Notícias

2017-06-05 às 12h38

Aprender a linguagem da programação será decisivo para ajustar as necessidades do mercado de trabalho

Primeiro-Ministro, António Costa, no encerramento da apresentação do projeto GEN10S Portugal, Lisboa, 5 junho 2017 (Foto: Tiago Petinga/Lusa)
GEN1OS Portugal

O Primeiro-Ministro, António Costa, afirmou que o projeto GEN1OS Portugal «é muito importante», pois «o futuro é pleno de incertezas» e «a melhor forma de nos prepararmos é procurar ter as ferramentas necessárias para geri-lo».

Estas declarações foram feitas no encerramento da apresentação do projeto GEN10S Portugal, em Lisboa, onde esteve também presente o Ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues.

O objetivo do projeto GEN1OS é formar em programação Scratch cinco mil alunos do 5.º e 6.º ano.

Desenvolver a criatividade nas escolas

«É por isso que este investimento na literacia digital, traduzido na capacidade de programação a partir das escolas, tem de ser mesmo a maior das nossas prioridades», sublinhou o Primeiro-Ministro.

António Costa acrescentou que «é a começar na escola que estamos a preparar e a dar às crianças que vão ser o futuro as melhores condições para gerir aquilo que seguramente será o seu presente».

«Hoje, aprender a linguagem da programação é tão importante como, no princípio do século XX, aprender a escrever em português, ou como, no final do século XX, era essencial saber línguas». «Aprender a linguagem da programação será decisivo», disse ainda.

O Primeiro-Ministro referiu ainda que «a linguagem da programação desenvolve a criatividade e, mais importante do que aprender a linguagem de hoje, é aprender a aprender, e com isso desenvolver a capacidade de nos adaptarmos aos desafios do futuro».

Programa INCoDe.2030

Mas «este é um desafio que não se coloca só às crianças», afirmou António Costa, «também se coloca aos adultos, para resolvermos um paradoxo que hoje temos na sociedade».

Essa contradição deriva de, «em Portugal, termos quase 500 mil pessoas desempregadas, mas temos simultaneamente 40 mil postos de trabalho por preencher na área das competências digitais», disse o Primeiro-Ministro, havendo «um enorme desajuste entre a oferta e a procura de emprego».

António Costa afirmou: «Por isso é tão necessário, ao mesmo tempo que estamos a investir nas crianças, investir também na população adulta, em particular naqueles que não têm emprego, mas têm condições para poderem vir a tê-lo».

«Foi por isso que lançámos, na estratégia nacional para as competências digitais, o programa INCoDe.2030, com duas metas ambiciosas», disse o Primeiro-Ministro.

A primeira meta consiste em «termos, até 2020, 50 mil pessoas que estão hoje empregadas, quer no setor público, quer no setor privado, com competências na área da literacia digital».

A segunda meta consiste em «reconverter para a área da programação 15 mil licenciados em áreas de baixa empregabilidade para que preencham alguns postos de trabalho já hoje necessários».

Literacia digital para uma cidadania ativa

«Este é um desafio que tem de ser visto como uma enorme oportunidade que temos de assegurar e alargar à sociedade», disse o Primeiro-Ministro, lembrando que, «no limite, é uma questão de cidadania, porque não há cidadania sem a capacidade de produzir opinião e, cada vez mais, o acesso a esta parte de um mundo digital».

António Costa acrescentou que, «evidentemente, a área digital nos coloca desafios imensos», «mas há uma coisa que podemos ter por certo: a única forma dos robots não substituírem as pessoas e de continuarmos a dominar os robots é desenvolver as competências que permitem criar e programar os robots».

E concluiu: «Com o desenvolvimento da inteligência artificial temos mesmo de correr para não sermos ultrapassados pelos robots. A não aquisição de competências digitais será uma das maiores fraturas, do ponto de vista da igualdade de oportunidades».

 

Foto: Primeiro-Ministro, António Costa, no encerramento da apresentação do projeto GEN10S Portugal, Lisboa, 5 junho 2017 (Foto: Tiago Petinga/Lusa)