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2017-04-07 às 11h46

Rede de cuidados continuados de saúde mental deverá ter mais 300 camas no próximo ano

Primeiro-Ministro António Costa conversa com o presidente da Associação para o Estudo e Integração Psicossocial, José Ornelas, na inauguração da Unidade de Cuidados Continuados Integrados da Saúde Men
Rede de Cuidados Continuados de Saúde Mental

O Primeiro-Ministro António Costa assinalou a entrada na rede de cuidados continuados integrados de saúde mental de uma residência de Lisboa, numa cerimónia em que também estiveram presentes os Ministros do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Vieira da Silva, e da Saúde, Adalberto Campos Fernandes.

Esta residência, gerida pela Associação para o Estudo e Integração Psicossocial, «é a primeira a ser integrada na rede de cuidados continuados integrados em saúde mental», disse o Primeiro-Ministro acrescentando que esta foi também uma forma simbólica de assinalar o Dia Mundial da Saúde.

António Costa apontou que o «objetivo nos próximos 12 meses é termos mais 300 camas de cuidados continuados integrados na área da saúde mental».

Recordando que «um dos grandes ganhos da nossa sociedade foi, seguramente, a criação e o desenvolvimento do serviço nacional de saúde nos últimos 40 anos», referiu que, «como disse o Senhor Ministro da Saúde, o maior desafio que nós temos em matéria de Serviço Nacional de Saúde é torná-lo mais próximo e cada vez mais focado naquilo que é essencial, que são as pessoas», que são «a razão de ser do SNS».

Cuidados primários e cuidados continuados

Por isto, «a grande prioridade que definimos para o desenvolvimento do Serviço Nacional de Saúde foi o desenvolvimento, por um lado, dos cuidados primários, e, por outro lado, dos cuidados continuados».

No ano passado «foi possível fazer um esforço bastante grande para desenvolver estas duas prioridades» tendo sido «criadas 55 novas Unidades de Saúde Familiar e 684 novas camas de cuidados continuados».

O Primeiro-Ministro sublinhou que além de desenvolver estas duas redes, é importante «também desenvolver as diferentes valências que são proporcionadas às pessoas nestas duas redes».

Assim, «tal como foi dada prioridade, por exemplo, à saúde oral, nos cuidados primários, o desenvolvimento de cuidados continuados integrados na saúde mental é absolutamente decisivo, porque é uma área onde há carência e onde é necessária uma resposta específica».

António Costa disse que o trabalho desenvolvido na residência da Associação para o Estudo e Integração Psicossocial «desde 2011 é um bom exemplo».

Mais importante é tratar as pessoas

«Muitas vezes diz-se que desenvolver os cuidados continuados e os cuidados primários é importante para termos uma gestão mais eficiente dos nossos recursos, para podermos ter uma melhor sustentabilidade financeira do nosso Serviço Nacional de Saúde. Isso é verdade, e isso é importante», disse.

Contudo, «mais importante do que a eficiência na alocação dos recursos é que esta forma de abordagem, de enquadramento das pessoas que continuadamente sofrem de problemas de saúde mental, permite melhores resultados no tratamento e na reinserção e na autonomização dos utentes desta instituição», sublinhou.

O Primeiro-Ministro referiu que «a saída de um hospital, neste caso do Hospital Miguel Bombarda, para uma casa é um enorme passo para que cada um dos doentes de saúde mental esteja mais próximo da sociedade e possa viver de forma mais próxima de todos nós».

Afirmando que «a casa é o primeiro passo», António Costa acrescentou que «uma das funções fundamentais desta rede de cuidados continuados integrados em saúde mental é permitir este trabalho de inserção na comunidade».

Estar na casa permite aos doentes «utilizar os recursos que existem na comunidade: as universidades seniores, os equipamentos desportivos, a vida social que se desenvolve aqui à volta, o estarmos num espaço que se ouve a cidade, onde se vêm as pessoas à volta».

Desenvolvimento da rede

«Para o desenvolvimento desta rede é preciso fazer um trabalho em rede e em parceira com associações como esta, que permitem ajudar o Estado a cumprir a função essencial de assegurar melhores cuidados de saúde, melhor acesso aos cuidados de saúde e cuidados de saúde de melhor qualidade», disse.

O Primeiro-Ministro agradeceu «aos que dirigem e trabalham nesta associação o trabalho que têm feito, e agora com a construção desta rede e a sua integração nela, poderem ter a estabilidade necessária para que um projeto piloto passe a ser uma referência daquilo que temos que desenvolver progressivamente me Portugal».

 

Foto: Primeiro-Ministro António Costa conversa com o presidente da Associação para o Estudo e Integração Psicossocial, José Ornelas, na inauguração da Unidade de Cuidados Continuados Integrados da Saúde Mental, Lisboa, 7 abril 2017 (Foto: Clara Azevedo)