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2016-07-03 às 22h21

«Ter relações com Portugal é também uma maneira de manter relações especiais com o Reino Unido»

O Ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, afirmou que todos os países que têm ligações estreitas com o Reino Unido sabem que ter relações com Portugal é uma forma indireta de manter essas relações especiais, após a saída do Reino Unido da União Europeia (Brexit).

Estas declarações foram feitas no jantar de abertura de um fórum económico da organização internacional Horasis, que juntou presidentes das maiores multinacionais indianas e empreendedores da União Europeia e Estados Unidos, no Estoril.

«Por causa da nossa ligação histórica com o Reino Unido, que vai certamente manter-se depois da saída do país da União Europeia (Brexit), todos aqueles que têm ligações muito próximas com o Reino Unido sabem que ter relações com Portugal é também uma maneira de manterem essas relações especiais com o Reino Unido», disse o Ministro, em declarações à agência Lusa.

Sublinhando «a grande ligação entre a economia indiana e britânica», Augusto Santos Silva referiu que «o Brexit causou perturbação e alarme entre os empresários indianos». Mas reafirmou que, com a saída da União Europeia da Grã-Bretanha, «Portugal mantém uma boa ponte de contacto com o Reino Unido».

Posição geoestratégica de Portugal

«Portugal serviu de porta de entrada para o investimento chinês na Europa, e pode servir também para o investimento indiano, mas é também uma ligação para a América Latina e África, porque quem quiser entrar nesses mercados sabe que, através de Portugal, entra mais facilmente e com mais segurança», afirmou o Ministro.

Augusto Santos Silva acrescentou que, «como atrativo, há também as oportunidades da economia portuguesa, que tem falta de capital e que é um destino privilegiado, seguro e estável para os que tenham capital e o queira investir».

Relações económicas entre Portugal e a Índia

«Portugal tem boas relações políticas e culturais com a Índia, não havendo razões para que as relações económicas estejam a um nível tão baixo, ou que exportações e o investimento na Índia estejam a crescer são insuficientes», realçou ainda o Ministro.

Augusto Santos Silva referiu que «há oportunidades a aproveitar, desde logo, o acordo de comércio que está a ser discutido entre a Índia e a União Europeia, passando pelo facto de Portugal e a Índia estarem a apostar em setores como as tecnologias de informação e comunicação, energias limpas ou indústria agroalimentar».

«A Índia tem uma economia inovadora e vibrante, pelo que é necessário aumentar a cooperação ente os dois países», referiu também o Ministro, lembrando que «a primeira cimeira entre a Índia e a União Europeia aconteceu numa presidência portuguesa».

E concluiu: «Esperamos que, ainda este ano, o Primeiro-Ministro António Costa visite a Índia. Esta será uma possibilidade para abrir oportunidades para as duas economias».

Melhorar a cooperação entre Portugal e a Índia

No mesmo sentido, também o Ministro de Estado para os Assuntos Externos da Índia, Vijay Kumar Singh, sublinhou «as relações estreitas entre Portugal e a Índia», acrescentando que «as relações comerciais podem ser melhores, pois há um grande potencial nesse sentido».

Vijay Kumar Singh desafiou os empresários portuguesas a «olharem para as oportunidades na Índia», e afirmou que «é necessária uma maior regularidade na concertação entre instituições dos dois países».

«Para além da economia, os dois países devem cooperar em áreas como a segurança, as migrações, o terrorismo ou as alterações climáticas», concluiu.