O Ministro da Saúde, Manuel Pizarro, reafirmou esta segunda-feira que os elevados tempos de espera nos serviços de urgência dos hospitais são «um problema crónico», que só poderá ser resolvido com «medidas integradas em todo o sistema», numa declaração após sessão de apresentação da direção executiva do Serviço Nacional de Saúde, em Lisboa, que foi
presidida pelo Primeiro-Ministro.
Manuel Pizarro reiterou que «sempre que o limite [de tempo de espera] é ultrapassado, há uma preocupação, mas isto não se vai resolver de um dia para o outro. Vai resolver-se com medidas integradas em todo o sistema de saúde».
«O objetivo é melhorar o acesso dos doentes», afirmou, acrescentando que este «é um problema crónico de que, ano após ano, vamos ouvindo falar, e sua primeira expressão é o acesso excessivo das pessoas aos serviços de urgência».
A resposta tem de passar por «criar portas diferentes para as pessoas acederem com facilidade a cuidados de saúde».
O Ministro disse que melhorar o Serviço Nacional de Saúde implica agir em todos os domínios, incluindo cuidados de saúde primários, hospitalares, cuidados continuados e paliativos e rede de emergência médica.
Manuel Pizarro sublinhou também a importância dos contratos-programa assinados com todos os hospitais sobre a atividade prevista para 2023. Neste âmbito, está prevista a realização de mais de 12 326 000 consultas (mais 15,7% face a 2019), mais de 3 657 000 primeiras consultas hospitalares (mais 29,7% face a 2019) e mais de 660 000 cirurgias (mais 38% comparativamente a 2019).
Nos cuidados de saúde primários, o propósito do Governo é a criação de mais Unidades de Saúde Familiar e, posteriormente, a sua transição para o modelo em que a remuneração dos profissionais está a associada ao seu desempenho.
«Isto é bom para os utentes, que têm melhor acesso e acesso mais qualificado, mas também para os profissionais, que têm melhor remuneração», afirmou.