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2023-02-19 às 18h36

Primeiro-Ministro sublinha importância de valorizar a relação entre a Europa e a África

Primeiro-Ministro António Costa com o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, com dirigentes da União Africana, Adis Abeba, 19 fevereiro 2023
O Primeiro-Ministro António Costa afirmou a importância da valorização da relação entre a Europa e a África, ao participar, como observador, na 36.ª Cimeira da União Africana, em Adis Abeba, a capital da Etiópia.

António Costa, que foi o único chefe de Governo europeu presente, escreveu na rede social Twitter a mensagem que transmitiu aos líderes africanos: «numa altura em que a Europa é chamada a responder a enormes desafios, é fundamental, mais do que nunca, que continuemos a valorizar a nossa relação com África».

À margem dos trabalhos, o Primeiro-Ministro português teve reuniões bilaterais com Chefes de Estado ou de Governo de países como o Ruanda, o Níger, Madagáscar, Angola, Guiné-Bissau e Moçambique, e encontrou-se com numerosos outros dirigentes africanos e mundiais, com destaque para o Secretário-Geral da ONU, António Guterres, e o Diretor-Geral da Organização Internacional para as Migrações, António Vitorino.

Pacto migratório

O Primeiro-Ministro esteve ainda presente na reunião do Presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, a convite deste, com a direção da União Africana, em que Michel apresentou a proposta para um pacto entre a Europa e África que regule o fluxo migratório, que António Costa apoiou.

«A vizinhança convive e esse convívio tem de ser um convívio devidamente regulado e não ser uma oportunidade para a criminalidade organizada e uma ameaça para a vida de todos aqueles que querem encontrar do lado de lá do Mediterrâneo novas oportunidades de vida», declarou o Primeiro-Ministro à Lusa.

António Costa acrescentou que «temos de encontrar uma solução que seja positiva para todos, porque a Europa indiscutivelmente precisa de mais recursos humanos» e «África tem recursos humanos em abundância».

Mas, «a Europa também tem que encontrar formas de ajudar a criar novos postos de trabalho no continente africano para que não tenhamos simplesmente perda de capacidade de recursos humanos no continente africano».

Industrialização

«Faz sentido trazer de novo para a Europa um conjunto de produções industriais que foram sendo transferidas para a Ásia e que se podem localizar na Europa», disse, sublinhado que «muitas podem localizar-se também no continente africano, ajudando a desenvolvê-lo».

Isto ajudará «a criar empregos que deem esperança à juventude deste continente, que não esteja condenada a achar que só pondo em risco a sua vida na travessia do Mediterrâneo é que poderão encontrar um emprego decente», sublinhou.

O Primeiro-Ministro referiu-se também aos acordos da cimeira entre a União Europeia e a União Africana, afirmando que «apesar de toda a perturbação que a guerra [na Ucrânia] introduziu ao longo deste ano», «têm avançado os projetos estratégicos que há um ano aprovámos na Cimeira».

Agora, há «necessidade de darmos agora um novo impulso na concretização destes projetos, além de mais porque a Europa, mais do que nunca, precisa de diversificar as suas fontes de energia, mas também porque precisamos de investir fortemente» em África, que é «o continente mais jovem do mundo».

Finalmente, António Costa afirmou-se confiante na reeleição de António Vitorino à frente da Organização Internacional para as Migrações, referindo que todos os líderes africanos com quem falou apoiam a manutenção do diretor-geral português.