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2018-01-19 às 10h59

«Vamos colocar objetivos anuais» para reduzir o sal e o açúcar na alimentação

Secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Fernando Araújo
O Governo quer retomar o objetivo de tornar a alimentação mais saudável através de um acordo com a indústria agroalimentar para reformular produtos com excesso de sal, gordura ou açúcar.

«Vamos discutir objetivos para determinado conjunto de gamas de produtos, ao longo de vários anos», afirmou o Secretário de Estado Adjunto da Saúde, Fernando Araújo, em entrevista à agência Lusa.

O Secretário de Estado acrescentou: «A nossa proposta é de três anos, com metas anuais de redução de sal e de açúcar nos produtos que consideramos mais importantes, para ver se conseguimos melhorar a qualidade da alimentação dos portugueses».

«Vamos colocar objetivos de redução anuais, de modo a que estejam alinhados com as boas práticas europeias», disse Fernando Araújo, referindo os cereais de pequeno-almoço, os refrigerantes ou as batatas fritas, como alimentos-tipo a reformular.

Metodologia proposta pelo Governo

«Vamos propor que seja elaborado um cabaz dos alimentos mais representativos», afirmou ainda o Secretário de Estado.

Fernando Araújo exemplificou: «Nos cereais, vamos tentar perceber quais os que 80 % da população consome e depois, anualmente, iremos medir o açúcar para saber se estamos a conseguir reduzir a quantidade que ficar definida no acordo com a indústria». 

«A ideia é chegar a acordo, e não criar mais taxas», pois «há condições para que a indústria portuguesa e europeia faça essa alteração de conteúdo», acrescentou também.

Balanço das alterações nos refrigerantes

O Secretário de Estado congratulou-se com o impacto da taxa dos refrigerantes que, além traduzir um encaixe de 80 milhões de euros para pagar dívidas do Serviço Nacional da Saúde, levou esta indústria a produzir bebidas com menos açúcar.

«Os resultados desta medida superaram as melhores expectativas do Governo, levando a uma redução do consumo calculada em 5500 toneladas de açúcar», disse Fernando Araújo.

O Secretário de Estado concluiu, referindo que «o consumo das bebidas mais açucaradas diminuiu para metade, tanto devido à redução do consumo em si, como à reformulação dos produtos».

No Orçamento do Estado para 2019, a medida será revista, podendo conduzir à criação de escalões mais baixos da taxa. Outra mudança poderá passar pelo destino da verba resultante desta taxa, que poderá ser reorientada – do pagamento de dívidas para a prevenção.