O Primeiro-Ministro António Costa afirmou que «temos a enorme responsabilidade de continuar a manter vivas as árvores que Mário Soares plantou, sobretudo essa grande árvore da democracia que ele semeou, que ajudou a fazer crescer e tratou durante todos os anos da sua vida».
O Primeiro-Ministro afirmou que «nunca será de mais prestarmos homenagem àquele que foi tantas vezes a voz e o rosto da nossa liberdade», na inauguração do jardim Mário Soares, a antiga parte sul do jardim do Campo Grande, em Lisboa, agora reabilitada, em que estiveram presentes o Presidente e a Vereação da Câmara Municipal de Lisboa.
Esta homenagem «é prestada num dia em que Mário Soares, se aqui estivesse, apreciaria que nos lembrássemos dele», «porque se devemos o 25 de Abril aos militares, devemos também àqueles que durante 48 anos fizeram a sementeira que permitiu essa ação libertadora, e entre eles está Mário Soares», disse.
A homenagem «ocorre num local que era particularmente importante para Mário Soares», pois «este era o seu jardim», onde esteve em criança com o seu pai, com os seus filhos e com os seus netos, tendo vivido toda a sua vida num prédio junto ao jardim.
O Primeiro-Ministro afirmou também que «este jardim tem outras duas simbologias», sendo a primeira que «encerra um roteiro, que começa nos Restauradores, sobe com a Liberdade, prossegue com a República e só podia terminar com Mário Soares».
A segunda é que Mário Soares amava as árvores que profundamente, referindo António Costa os jardins que Soares plantou na casa de Nafárros, no Palácio de Belém, e no cimo do prédio onde morava, e acrescentando que «a razão profunda para o seu amor aos jardins e às árvores tinha a ver com o seu amor à vida», tendo Soares, que não era crente, «encontrado na natureza uma forma de a vida poder ser eterna, renascendo eternamente».