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2017-10-11 às 11h39

Roteiro para a Neutralidade Carbónica 2050 implica avaliar efeitos de modelo de desenvolvimento assente na economia circular

Ministro do Ambiente, Matos Fernandes, no lançamento dos trabalhos do Roteiro para a Neutralidade Carbónica, Lisboa, 11 outubro 2017
Ministro do Ambiente no lançamento do Roteiro para a Neutralidade Carbónica 2050
«Avaliar os efeitos de um modelo de desenvolvimento que assuma os princípios da economia circular, evidenciando a sua mais-valia para a economia e para a descarbonização da sociedade», é o grande desafio do Roteiro para a Neutralidade Carbónica 2050, afirmou o Ministro do Ambiente, Matos Fernandes, na sessão de lançamento dos trabalhos do Roteiro, em Lisboa.

Por isto, «os trabalhos do Roteiro para a Neutralidade Carbónica 2050 contemplam a definição de cenários macroeconómicos até 2050, a modelação de emissões para o setor electroprodutor, residencial e de serviços, transportes, indústria, resíduos e agricultura e florestas», acrescentou, na sessão de lançamento que foi presididapelo Primeiro-Ministro António Costa. 

O Roteiro «tem como objetivo a identificação e análise das implicações associadas a trajetórias custo-eficazes de descarbonização da economia, visando atingir o objetivo de neutralidade de emissões de gases com efeito de estufa em 2050 e identificar os principais vetores de descarbonização associados».

Controlar as alterações climáticas

Atingir a neutralidade nas emissões de carbono «significa que existe um equilíbrio entre as emissões de gases com efeito de estufa para a atmosfera e a capacidade de sequestro de carbono no solo», um objetivo definido pelo Governo na linha do Acordo de Paris sobre controlo das alterações climáticas e que é também seguido por países como a Suécia.

«Com este Roteiro pretendemos identificar os passos que temos de dar e a trajetória mais custo-eficaz no caminho para a neutralidade», disse o Ministro, enumerando as resposta que os trabalhos de elaboração do Roteiro terão de dar:

«Qual o contributo relativo dos vários setores de atividade para estas trajetórias? E em que setores é mais custo-eficaz a descarbonização?
Qual será configuração do sistema energético nacional em termos de características técnicas e de custos? Podemos ser 100% renováveis?
Qual o papel das novas formas de mobilidade e da mobilidade elétrica? 
Quais os co-benefícios económicos e ambientais da descarbonização da economia?
Quais os impactes no crescimento e emprego?»

Alteração do modelo económico tradicional

As respostas a estas perguntas implicarão «fazer opções e, em alguns casos, criar disrupções com o passado, com o modelo económico tradicional», disse Matos Fernandes, acrescentando que o Roteiro «compreende também a avaliação de diferentes opções de políticas e medidas de descarbonização e a avaliação dos impactes macroeconómicos».

«A descarbonização da sociedade é transversal a todos os setores, deve mobilizar a sociedade no seu todo, implicando a alteração de comportamentos e um conjunto de opções de política que devem moldar a nossa atuação futura», acrescentou. 

O Ministro referiu também que «este é um projeto ambicioso mas contamos com uma equipa bem preparada e multidisciplinar, que reúne alguns dos melhores especialistas nacionais nas suas áreas».