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2019-05-29 às 14h40

Reforço do controlo dos dados e da democracia essencial para o sucesso da inclusão digital

Secretário de Estado Adjunto e das Comunicações, Alberto Souto de Miranda, na conferência «Os desafios da regulação», Lisboa 29 maio 2019 (DR)
Perante os desafios apresentados pelas tecnologias digitais, o Governo deve «responder ao risco da assimetria com incentivos regulatórios à cobertura do território com fibra, atribuição do espetro necessário para o 5G, e apoiar todas as formas de educação digital elementar», afirmou o Secretário de Estado Adjunto e das Comunicações, Alberto Souto de Miranda, na conferência «Os desafios da regulação», em Lisboa. 
 
Sublinhando que «a inclusão digital necessita de estratégia e de políticas ativas de todos os parceiros» para «minorar o risco da substituibilidade profissional, mitigar o risco da conetividade permanente e atenuar os riscos éticos», o Secretário de Estado referiu que é preciso «reforçar o controlo dos dados e a democracia».
 
«O digital condiciona e conforma cada vez mais as nossas vidas», disse ainda Alberto Souto de Miranda, pelo que é também necessário «difundir a cultura de proteção individual, reforçando os meios da Comissão Nacional de Proteção de Dados e das autoridades de cibersegurança».
 
Desafios colocados pelas tecnologias digitais
 
O Secretário de Estado referiu quatro desafios principais que se colocam perante a crescente penetração das tecnologias digitais na vida das pessoas.
Em primeiro lugar, a assimetria digital, ou seja, o fosso digital – que pode ser de natureza «territorial, social, económica. À primeira responde-se com cobertura de redes com densidade adequada. À segunda responde-se com combate à iliteracia digital. À terceira responde-se com políticas públicas de melhoria dos rendimentos das famílias», afirmou Alberto Souto de Miranda. 
 
Em segundo lugar, a substituibilidade das pessoas pelas máquinas no trabalho: «É provável que muitas profissões desapareçam, como sempre aconteceu com a emergência de novos paradigmas», o que exigirá «criatividade social e política», disse o Secretário de Estado.
 
Em terceiro lugar, o fim das noções de «tempo» e «espaço» tal como as conhecemos atualmente, de que são exemplo «receber e-mails de trabalho a qualquer hora e conseguir responder-lhes de qualquer lugar» ou «visitar museus longínquos com melhor qualidade visual e melhores informação sem sair do sofá», acrescentou também.
 
«O quarto risco é o do controlo dos nossos dados, da nossa liberdade e o da democracia digital», afirmou Alberto Souto de Miranda, concluindo que «o que está aqui em causa é saber como vamos defender o direito fundamental à nossa privacidade e à proteção dos nossos dados pessoais».