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2018-10-06 às 17h18

Primeiro-Ministro visita Lanzarote em homenagem a José Saramago

Primeiro-Ministro de Portugal e esposa, Fernanda Tadeu, Presidente do Governo Espanhol e Pilar del Rio, Lanzarote, Espanha, 6 outubro 2018 (Foto: Miguel A. Lopes)

O Primeiro-Ministro, António Costa, e o Presidente do Governo espanhol, Pedro Sanchéz, estiveram na ilha de Lanzarote, em Espanha, para prestar homenagem à vida de obra do escritor português e Nobel da Literatura, José Saramago.

No final de uma visita à Fundação César Manrique e à casa do escritor, o Presidente do Governo de Espanha, Pedro Sánchez, afirmou ter a «certeza de que José Saramago estaria muito feliz de ver juntos os chefes do Governo de Portugal e Espanha».

«Nesta ilha permanecem as recordações mais visíveis», referiu Pedro Sánchez mas «o prestígio e a memória de Saramago transcendem qualquer limite geográfico».

O Primeiro-Ministro português, António Costa, afirmou, por sua vez, que «Saramago continua a representar um inestimável traço da relação entre Portugal e Espanha».

António Costa disse que José Saramago é um dos «laços importantes» que unem Portugal e Espanha e o facto de o escritor ter vivido em Lanzarote «durante 17 anos com Pilar, reforçou muito essas relações».

«Quando recordamos este Nobel de Saramago, que foi o primeiro Nobel de qualquer escritor de língua portuguesa, procuramos prestar homenagem a toda a cultura e a todos aqueles que continuam a criar e a todos aqueles que inspiraram a criação de Saramago», referiu o Primeiro-Ministro português.

António Costa evocou também o ano de 1986, em que Portugal e Espanha se uniram à comunidade europeia e José Saramago escreveu «A Jangada de Pedra», no qual a península se despega da Europa e vai navegando para o sul.

«Lanzarote foi de algum modo a forma que Saramago encontrou de realizar a utopia da jangada de pedra, mas a jangada de pedra não é uma forma de nos afastarmos da Europa, é uma forma de continuarmos a ser europeus, não esquecermos o que fomos sempre ao longo da nossa história e de como este mundo é um mundo aberto», referiu ainda.

Para o Primeiro-Ministro esta é uma mensagem «particularmente importante» porque numa altura em que se está a criar «muros e barreiras», para os portugueses e para os espanhóis «os mares nunca foram fator de distância e afastamento» mas sim uma «forma de aproximar culturas».

A homenagem a José Saramago decorre durante o fim-de-semana, em Lanzarote e depois na Azinhaga do Ribatejo, onde viveu os primeiros anos de vida.

Em Lanzarote, a visita começou pela Fundação César Manrique, seguida de uma visita à casa onde viveu José Saramago, com uma paragem no jardim, debaixo da árvore onde o escritor se sentava, na sua cadeira, ao fim da tarde a ver o mar.