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2017-11-29 às 17h46

Primeiro-Ministro afirma que a paz é condição de desenvolvimento na Cimeira UE-África

Primeiro-Ministro António Costa com o Presidente da República da Costa do Marfim, Alassane Ouattara, à chegada para a Cimeira UE/África, Abidjan, 29 novembro 2017
O Primeiro-Ministro António Costa intervém, juntamente com o Presidente da África do Sul, Jacob Zuma, no painel sobre cooperação para a paz e a segurança, na Cimeira entre a União Europeia e a África.

Na cimeira, que se realiza em Abidjan, na Costa do Marfim, estão presentes 90 líderes mundiais, sendo António Costa um dos quatro europeus escolhidos para intervir. 

A conferência tem quatro painéis temáticos, e em cada um fala um líder europeu - o Primeiro-Ministro intervém em nome da União Europeia - e outro africano, tendo o painel sobre paz e segurança um peso acrescido.

Numa declaração à imprensa, o Primeiro-Ministro disse que vai transmitir a mensagem que é «fundamental garantir a paz como condição de desenvolvimento, mas para preservar a paz, mais do que exércitos, é necessário atacar os problemas na raiz».

«É preciso eliminar a fome, é preciso dotar a juventude das ferramentas fundamentais para enfrentar o futuro – a educação, a formação, a oportunidade de terem emprego», acrescentou.

António Costa apontou ainda a necessidade de « ter um desenvolvimento solidário» e «um bom relacionamento entre todos», nomeadamente «entre as instituições políticas, assentes na democracia».

O Primeiro-Ministro recordou que a Europa foi o continente onde, no século passado, mais pessoas morreram em confrontos armados. «Portanto, aprendemos bem, à custa própria, o preço da guerra, e aprendemos bem qual é o valor da paz», disse.

Encontro entre os continentes mais jovem e mais velho

António Costa recordou que «Portugal tem particulares responsabilidades» na relação entre os dois continentes «porque a primeira cimeira UE-África foi organizada na presidência portuguesa da UE de 2000, e há dez anos atrás, na nossa última presidência, foi aprovada a declaração estratégica entre os dois continentes».

O tema da cimeira – «Investir na juventude para um futuro durável» –, «é particularmente bem escolhido, porque é o encontro entre o continente mais jovem do mundo e o continente mais envelhecido do mundo».

Se «isso é a base do desequilíbrio demográfico com que dois continentes vizinhos se confrontam», é «também a pista das oportunidades que temos de cooperação», sublinhou.

«Hoje é muito claro para todos que é necessário apostar no que é fundamental: na paz, na democracia e na liberdade, no desenvolvimento económico, para a África poder desenvolver-se plenamente, para poder fixar e desenvolver as capacidades e pujança da sua juventude, que não tem de ser forçada a emigrar», devendo «ter a oportunidade de poder contribuir para o desenvolvimento do continente», disse.

A Europa, «pelo seu peso económico, pela sua capacidade tecnológica, tem uma particular responsabilidade de fazer esta parceria» com a África.

«Aquilo que temos de conseguir fazer nesta cimeira e em todos os dias das próximas décadas é fazer cada vez mais que continentes que são vizinhos e aliados, sejam parceiros para trabalharem em conjunto no desenvolvimento do mundo», afirmou igualmente António Costa.

Relações políticas excelentes com Angola 

O Primeiro-Ministro reuniu-se também com o recém-empossado Presidente da República de Angola, João Lourenço, tendo afirmado que a reunião «correu muitíssimo bem, de acordo com a excelência das relações políticas que Portugal e Angola mantêm, e que têm sempre mantido».

António Costa referiu também que a reunião se realizou «num momento em que, felizmente, os dois países têm ultrapassado as dificuldades económicas que viveram, o que permite encarar com otimismo e confiança o crescimento das relações económicas nos próximos anos».

Na reunião, «mais uma vez ficou claro que o único irritante que existe nas nossas relações, é algo que transcende o Presidente da República de Angola e o Primeiro-Ministro de Portugal, que transcende o poder político e que tem a ver com um assunto da responsabilidade exclusiva das autoridades judiciárias portuguesas», e que
«não pode nem deve condicionar o desenvolvimento da política externa de Portugal».

«Há uma distinção clara entre aquilo que é o entendimento das autoridades portuguesas e o que é matéria da responsabilidade das autoridades judiciárias», nas quais o poder político não pode ter interferência.