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2018-03-09 às 14h36

Poupança de água tem de continuar

Ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes
O Ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, afirmou que, apesar da chuva que tem caído nos últimos dias ter reposto os níveis de água nas barragens, o sul de Portugal mantém-se em alerta, pelo que é necessário continuar a poupar água.

«Temos que separar o País ao meio: A norte do rio Tejo, as barragens estão muito próximas da sua capacidade máxima, algumas já a atingiram», disse o Ministro, à margem de uma conferência sobre alterações climáticas organizada pela Ordem dos Engenheiros.

Matos Fernandes acrescentou: «No sul, embora estejam a haver encaixes de água a cada dia, ainda há situações preocupantes, como a da barragem de Monte da Rocha, em Ourique, que abastece um conjunto vasto de habitantes, e só está com 9,6% da capacidade».

«A água vai ser cada vez mais escassa»

«O solo estava muito seco e absorveu muita água», referiu o Ministro, lembrando que, embora as previsões meteorológicas sejam de mais chuva, «a preocupação com a seca e a responsabilidade de cada um com a poupança deste recurso natural não se altera em nada».

E alertou: «A água vai ser cada vez mais escassa. Agricultores, industriais e cidadãos urbanos têm mesmo que consumir menos água», sublinhando que «a campanha contra o desperdício é independente do nível de água nas albufeiras».

«As restrições podem colocar-se. Para que isso não aconteça temos mesmo que poupar água», afirmou também Matos Fernandes.

Inovação é fundamental para conter alterações climáticas

O Ministro disse ainda que as várias disciplinas da Engenharia são fundamentais para conter as alterações climáticas que ameaçam Portugal, quer pelo aumento das temperaturas, quer pela subida do nível médio das águas do mar.

«O Governo está a investir nesta área: 70 milhões de euros para proteger o território das cheias, 150 milhões de euros no litoral, para o tornar mais resiliente e resistir ao avanço das águas», referiu.

Matos Fernandes afirmou: «As artes da Engenharia têm que ter um papel decisivo» e exemplificou: «No setor da construção, há muito a fazer: Em Portugal e no mundo é o de pior eficiência material, em que são precisos mais quilos de matéria-prima para produzir valor».

Aproveitar recursos já existentes

«Deixar de utilizar matéria-prima virgem é fundamental», realçou o Ministro, lembrando que Portugal «tem um parque de construção que pode, todo ele, ser usado na construção e reabilitação de edifícios», ou seja, «não precisamos de ir buscar mais areia aos rios ou pedra às pedreiras, já existem cá fora».

Para cumprir as metas do acordo de Paris, contendo o aumento da temperatura global a um máximo de dois graus centígrados, a tecnologia também terá que evoluir em áreas como o armazenamento de energia proveniente de fontes renováveis.

«A engenharia dos materiais é nuclear para a possibilidade de tornar a manufaturar e reparar aparelhos», outro aspeto da economia circular sublinhado por Matos Fernandes.