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2018-07-03 às 11h48

Portugal tem de assumir «investimento na ciência e no conhecimento como essencial»

Primeiro-Ministro António Costa e Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, na entrega de Medalhas de Mérito Científico, no Encontro Ciência 2018, Lisboa 3 junho 2018 (foto: Paulo Vaz Henriques)
«É fundamental que a sociedade portuguesa assuma o investimento na ciência e no conhecimento como essencial», afirmou o Primeiro-Ministro António Costa na sessão de abertura do segundo dia do Encontro Ciência 2018, em Lisboa.

O Primeiro-Ministro afirmou que, para as famílias, «investir na educação dos filhos é o melhor investimento que podem fazer neles» e no futuro do País, ajudando a vencer o maior défice que o País acumulou secularmente, que é o défice de conhecimento.

Para as empresas, «compreendendo que a ciência não está fora do seu universo, mas que a aquisição do conhecimento científico é essencial para poderem inovar nos seus produtos e processos de produção, melhorando a produtividade, sendo mais competitivas e concorrendo melhor» no mundo globalizado.

Para todas a instituições de ensino superior e de investigação, para «serem capazes de continuarem a trajetória de aumento e de produção de conhecimento, que tem sido muito positiva para o País», disse António Costa.

Da literatura às ciências da vida

O Primeiro-Ministro referiu que com a entrega de Medalhas de Mérito Científico, que decorreu na sessão, «queremos sinalizar a diversidade da ciência, desde o estudo da poesia às ciências da vida, para melhor resolvermos os desafios societais, realizarmos os nossos recursos endógenos e valorizarmos aquilo com que podemos contribuir para o desenvolvimento do País».

Afirmando que «todos os grandes desafios que a humanidade enfrenta carecem de mais e melhor ciência», António Costa reafirmou que «o nosso modelo de desenvolvimento futuro tem de assentar cada vez mais na capacidade de produzir conhecimento, de o transformar em inovação e a inovação no motor do desenvolvimento económico, social e cultural do País».

Metas para 2030

«Na estratégia de inovação que o Governo aprovou, há três metas fundamentais» englobadas na Estratégia para 2030, disse, apontando: 

«Aumentar o investimento em ciência, Investigação e desenvolvimento para 3% do PIB, um terço com fundos públicos e dois terços com fundos privados, que significa duplicar o investimento feito até agora».

«Qualificar a nossa sociedade», tendo 60% os jovens com 20 anos com frequência do ensino superior, contra os 40% que o frequentam atualmente, e 50% nos que têm entre 30 e 34 anos, contra os 35% atuais.

«Aumentar as competências gerais da sociedade portuguesa no acesso às ferramentas digitais, assegurando que nove em cada dez portugueses tem acesso e utiliza a internet».

António Costa disse que «para que estas metas quantitativas sejam alcançadas é fundamental que exista mobilização da sociedade», e, «para isto, o mais importante aspeto do Programa Nacional de Reformas é o programa Interface que visa aproximar os centros de produção do conhecimento do tecido empresarial».

O Primeiro-Ministro destacou «a criação de seis novos laboratórios colaborativos e o reforço dos centros tecnológicos», afirmando que «foi particularmente feliz a escolha de laboratórios colaborativos que se centram nos nossos recursos endógenos».

Não só pelo contributo para o a ligação entre a investigação e as empresas, mas «porque têm um contributo decisivo para cruzar e demonstrar como investir em ciência é fundamental para sermos competitivos e para valorizar o interior».

Qualificação dos recursos humanos

O Primeiro-Ministro afirmou que «é necessário continuar a investir na qualificação dos recursos humanos na sociedade portuguesa, desde a universalização do pré-escolar até às bolsas de doutoramento e pós-doutoramento», tendo aumentado de 500 para 1600 as bolsas de doutoramento e sido aprovados projetos de investigação e desenvolvimento no valor de 375 milhões de euros.

António Costa referiu também que «o investimento em I&D teve um aumento de 175 milhões de euros de 2016 para 2017, que foi sobretudo feito pelas empresas, com um crescimento de 12%», sendo «o sinal de que as empresas definitivamente compreenderam que esta é a melhor forma de se modernizarem».

Referiu também que «em 2017, o número de investigadores aumentou 7% em geral, mas nas empresas aumentou 11%, mostrando que as empresas compreendem que a melhor forma de transferir conhecimento é contratando investigadores», acrescentando que «as empresas têm de perceber que se querem ser competitivas na venda dos seus produtos ou serviços», têm de competir na contratação dos melhores recursos humanos.