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2018-07-27 às 16h25

Portugal quer «orçamento comum» na União Europeia para garantir convergência

Primeiro-Ministro António Costa e Presidente de França, Emmanuel Macron, numa conferência sobre o futuro da Europa na Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa, 27 julho 2018
O Primeiro-Ministro António Costa salientou a importância de a União Europeia ter um orçamento comum entre os Estados-membros para reduzir as assimetrias e garantir a convergência.
 
Em Lisboa, numa conferência sobre o futuro da Europa na Fundação Calouste Gulbenkian que contou com a presença do Presidente de França, Emmanuel Macron, António Costa realçou que «não há moeda única sem orçamento comum».
 
«Esta capacidade orçamental é essencial para responder a choques assimétricos em situação de crise e é vital para assegurar aquilo que é estabilizador na zona euro: a convergência económica e social entre os países», disse.
 
Num momento em que todos os Estados-membros «estão a crescer e a criar emprego», é «altura de perceber que é preciso resolver os problemas estruturais na zona euro», reduzindo as assimetrias e investindo para promover a convergência.
 
No caso português, o Primeiro-Ministro salientou a relevância de «investir na educação, na formação inicial e ao longo da vida, e na inovação do tecido empresarial». «Só assim poderemos convergir com os países mais dinâmicos», acrescentou.
 
Se esta convergência for alcançada, é garantida «a estabilidade da zona euro». «Tão ou mais importante do que ter finanças públicas sólidas, é ter uma economia que cresça, que convirja, que diminua as assimetrias e os riscos para o conjunto da zona euro», reiterou.
 
Desafios devem ser combatidos em conjunto

 
O Primeiro-Ministro afirmou também que a União Europeia deve enfrentar os grandes desafios que se colocam na sociedade atual com uma estratégia coletiva.
 
«Cada um de nós tem de fazer o seu trabalho, mas em conjunto podemos fazer melhor», disse António Costa, preconizando uma «Europa mais forte, mais unida e mais solidária».
 
O terrorismo, as ameaças externas, a defesa do território, a globalização e a transição total para uma era de digitalização foram enumerados como os principais desafios para os quais os Estados-membros devem garantir uma resposta conjunta.
 
«Individualmente, nenhum dos Estados-membros, seja um país médio ou grande, está em melhores condições do que a União Europeia para desenvolver uma política comercial que ajude a regularizar a globalização, seja com a China, Japão, Estados Unidos ou qualquer outra região mundial», exemplificou.
 
António Costa reiterou que «para todos estes grandes desafios, a Europa em conjunto pode fazer mais do que cada Estado-membro isoladamente» e, como tal, é preciso garantir duas coisas: dotar a Europa dos meios necessários à escala das ambições que tem e olhar para o passado para aprender com os erros e prevenir novas crises.
 
«A Europa não pode querer ter mais defesa, mais segurança interna, mais inovação e ter menos recursos para a União Europeia», disse, acrescentando que é preciso «pôr no orçamento da Europa aquilo de que se necessita para poder cumprir o que prometeu aos cidadãos europeus».