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2017-10-20 às 8h21

Portugal prepara a introdução de novas terapias para o cancro com base em física de partículas

Utilização de tecnologias decorrentes da investigação nuclear na área da saúde (Foto: Maximilien Brice/CERN)
A instalação em Portugal até 2021 de uma nova unidade de saúde para tratar anualmente cerca de 700 doentes com cancro recorrendo a tecnologias de partículas de alta energia está a ser estudada por um novo grupo de trabalho criado pelos Ministros da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior e da Saúde.

O grupo de trabalho deve ainda propor e implementar medidas de estímulo à investigação clínica e de reforço de competências em física médica e respetivas aplicações terapêuticas oncológicas em Portugal.

A tecnologia com feixe de protões permite o tratamento eficaz de muitas tipologias de cancro e reduz eventuais efeitos secundários em comparação com tratamentos baseados em tecnologias mais convencionais, incluindo a quimioterapia e a radioterapia, para além de minimizar as lesões em tecidos saudáveis circundantes dos tumores. 

O recurso a esta tecnologia está já disseminada em alguns centros clínicos e de investigação oncológica a nível internacional.

O Grupo de Trabalho inclui:

- Gaspar Barreira, Laboratório de Instrumentação e Física Experimental de Partículas, em representação da área da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, que coordena;

- João Oliveira, Diretor Clínico do Instituto Português de Oncologia de Lisboa Francisco Gentil, em representação da área de Governo da Saúde, que co-coordena;

- Francisco Ramos, Presidente do Instituto Português de Oncologia de Lisboa Francisco Gentil, em representação do Grupo Hospitalar Instituto Português de Oncologia Francisco Gentil;
- Arlindo Oliveira, Presidente do Instituto Superior Técnico, que poderá ser acompanhado pelo Diretor do Campus de Tecnologias Nucleares de Loures, José Marques; 

- Nuno Miranda, Diretor do Programa Nacional para as Doenças Oncológicas, da Direção-Geral da Saúde;

- Gabriela Maia, Diretora do Departamento de Gestão da Rede de Serviços e Recursos em Saúde, em representação da Administração Central do Sistema de Saúde;

Manuel Sobrinho Simões, Presidente do Conselho Nacional dos Centros Académicos Clínicos, que poderá ser representado por um médico investigador na área do cancro, por ele designado.  

O Grupo conta com o apoio de uma Comissão Internacional de Acompanhamento que integra representantes do Centro Europeu de Pesquisa Nuclear (Centre European de Recherche Nucleaires, CERN), de instituições científicas e de centros clínicos de referência internacional no sentido de trabalhar em estreita cooperação científica e tecnológica no que às terapias oncológicas diz respeito. 

Integram esta Comissão:

- Ugo Amaldi, professor na Universidade de Milão, Itália, e Diretor da Fundação Tera (CERN);

- Frédérick Bordry, Diretor de Aceleradores e Tecnologia do CERN;

- Katia Parodi, professora na Universidade de Munique Ludwig Maximilians, Alemanha;

- Jose Barnabeu, professor na Universidade de Valencia e Coordenador do Instituto de Física Médica (IFIMED), Valencia, Espanha;

- João Seco, professor na Universidade de Heidelberg, Alemanha;

- Marco Schwarz, Diretor da Protonterapia-APSS, Trento, Itália; 

- Radhe Mohan, professor no Centro de Cancro MD Anderson da Universidade do Texas;  

- Joseph M Herman, professor e Chefe da Divisão de Radiologia Oncológica no Centro de Cancro MD Anderson da Universidade do Texas; 

- Karin Haustermans, Diretora do Laboratório de Radioterapia Experimental, Universidade de Lovaina, Bélgica.

O Grupo de Trabalho deve ainda articular a iniciativa com o Programa de Cooperação Técnica com a Agência Internacional de Energia Atómica, assim como com a Fundação para a Ciência e a Tecnologia, o Conselho Nacional dos Centros Académicos Clínicos e a Ciência Viva – Agência Nacional para a Cultura Cientifica.