A instalação em Portugal até 2021 de uma nova unidade de saúde para tratar anualmente cerca de 700 doentes com cancro recorrendo a tecnologias de partículas de alta energia está a ser estudada por um novo grupo de trabalho criado pelos Ministros da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior e da Saúde.
O grupo de trabalho deve ainda propor e implementar medidas de estímulo à investigação clínica e de reforço de competências em física médica e respetivas aplicações terapêuticas oncológicas em Portugal.
A tecnologia com feixe de protões permite o tratamento eficaz de muitas tipologias de cancro e reduz eventuais efeitos secundários em comparação com tratamentos baseados em tecnologias mais convencionais, incluindo a quimioterapia e a radioterapia, para além de minimizar as lesões em tecidos saudáveis circundantes dos tumores.
O recurso a esta tecnologia está já disseminada em alguns centros clínicos e de investigação oncológica a nível internacional.
O Grupo de Trabalho inclui:
- Gaspar Barreira, Laboratório de Instrumentação e Física Experimental de Partículas, em representação da área da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, que coordena;
- João Oliveira, Diretor Clínico do Instituto Português de Oncologia de Lisboa Francisco Gentil, em representação da área de Governo da Saúde, que co-coordena;
- Francisco Ramos, Presidente do Instituto Português de Oncologia de Lisboa Francisco Gentil, em representação do Grupo Hospitalar Instituto Português de Oncologia Francisco Gentil;
- Arlindo Oliveira, Presidente do Instituto Superior Técnico, que poderá ser acompanhado pelo Diretor do Campus de Tecnologias Nucleares de Loures, José Marques;
- Nuno Miranda, Diretor do Programa Nacional para as Doenças Oncológicas, da Direção-Geral da Saúde;
- Gabriela Maia, Diretora do Departamento de Gestão da Rede de Serviços e Recursos em Saúde, em representação da Administração Central do Sistema de Saúde;
- Manuel Sobrinho Simões, Presidente do Conselho Nacional dos Centros Académicos Clínicos, que poderá ser representado por um médico investigador na área do cancro, por ele designado.
O Grupo conta com o apoio de uma Comissão Internacional de Acompanhamento que integra representantes do Centro Europeu de Pesquisa Nuclear (Centre European de Recherche Nucleaires, CERN), de instituições científicas e de centros clínicos de referência internacional no sentido de trabalhar em estreita cooperação científica e tecnológica no que às terapias oncológicas diz respeito.
Integram esta Comissão:
- Ugo Amaldi, professor na Universidade de Milão, Itália, e Diretor da Fundação Tera (CERN);
- Frédérick Bordry, Diretor de Aceleradores e Tecnologia do CERN;
- Katia Parodi, professora na Universidade de Munique Ludwig Maximilians, Alemanha;
- Jose Barnabeu, professor na Universidade de Valencia e Coordenador do Instituto de Física Médica (IFIMED), Valencia, Espanha;
- João Seco, professor na Universidade de Heidelberg, Alemanha;
- Marco Schwarz, Diretor da Protonterapia-APSS, Trento, Itália;
- Radhe Mohan, professor no Centro de Cancro MD Anderson da Universidade do Texas;
- Joseph M Herman, professor e Chefe da Divisão de Radiologia Oncológica no Centro de Cancro MD Anderson da Universidade do Texas;
- Karin Haustermans, Diretora do Laboratório de Radioterapia Experimental, Universidade de Lovaina, Bélgica.
O Grupo de Trabalho deve ainda articular a iniciativa com o Programa de Cooperação Técnica com a Agência Internacional de Energia Atómica, assim como com a Fundação para a Ciência e a Tecnologia, o Conselho Nacional dos Centros Académicos Clínicos e a Ciência Viva – Agência Nacional para a Cultura Cientifica.