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2019-03-20 às 20h11

Portugal envia apoio de urgência a Moçambique

Ponto da situação do apoio aos Portugueses residentes em Moçambique e à República de Moçambique
O Ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, fez o ponto de situação «no apoio aos nossos concidadãos residentes em Moçambique e ao povo e às autoridades moçambicanas neste momento de grande dificuldade, visto que a extensão do desastre natural é catastrófica», numa conferência de imprensa em Lisboa.

Portugal, além de pessoal consular destacado para a Beira para apoio os portugueses, vai enviar nomeadamente uma força rápida com fuzileiros para apoiar o resgate de pessoas em perigo, e médicos e equipamento médico para apoiar as autoridades moçambicanas.

O Ministro disse que o Secretário de estado das Comunidades Portuguesas, José Luís Carneiro, «está em Moçambique, tendo tido uma reunião com os serviços diplomáticos portugueses em Maputo para fazer uma primeira avaliação da situação e das necessidades».

O Secretário de Estado «reuniu-se com a Vice-Ministra dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação moçambicana, que lhe comunicou a necessidade e o gosto com que Moçambique aceita ajuda do Estado e da sociedade civil portuguesa».

No que diz respeito à situação dos portugueses, que são cerca de seus mil na região centro e norte de moçambique e cerca de 2500 nas províncias de Manica e Sofala, as mais atingidas, «continuamos sem qualquer registo de vítimas mortais ou de feridos». 

«Ainda há 30 pedidos de localização de pessoas feitos à Embaixada em Maputo, o que só quer dizer, por enquanto, que ainda não foi possível contactar essas pessoas, devido às dificuldades de comunicações», disse exemplificando que após a passagem do ciclone no dia 14/15, o Cônsul de Portugal na beira ficou incomunicável até dia 17.

O Secretário de estado das Comunidades Portuguesas, que está a deslocar-se para a Beira, «inteirar-se-á aí do que o Consulado e a equipa avançada enviada da Embaixada em Maputo» logo que foi reaberto o aeroporto da Beira «estão a fazer para apoiar os portugueses e também para identificarem os estragos que sabemos serem substanciais». 

Santos Silva disse que «o próprio Consulado ficou muito danificado mas está aberto atendendo os portugueses, outros europeus e cidadãos dos países irmãos da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa».

Há registo de «várias dezenas de portugueses que perderam casas e bens e estão a viver em soluções provisórias ou precárias». «O Secretário de estado das Comunidades Portuguesas vai inteirar-se e no dia 22 partirá para a Beira uma equipa de cinco elementos da Direção-Geral dos Assuntos Consulares e das Comunidades para reforçar o Consulado, para podermos responder às solicitações dos nossos compatriotas». 

O Ministro anunciou que determinou «a suspensão do pagamento de qualquer emolumento nos consulados portugueses em Moçambique pelo período de 90 dias, devido às dificuldades com os meios de pagamento existentes na Beira».

Apoio a Moçambique

Santos Silva afirmou que «não menos importante é o apoio às autoridades e população moçambicanas nesta hora muito difícil», acrescentando que «na reunião que o Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas teve com as autoridades moçambicanas ficou clara a utilidade e necessidade da ajuda portuguesa».

Assim, Portugal ativou uma força de reação rápida das Forças Armadas que partirá hoje, 20 de março, num avião de transporte militar C-130 para a Beira. 

A operação é coordenada pela Autoridade de Proteção Civil e constituída por 35 militares e por uma equipa cinotécnica (isto é de cães) da GNR especializada em busca e transporta também material de comunicações por satélite.

Esta força inclui «apoio à busca e salvamento por fuzileiros com os seus botes, para poderem operar nas vias fluviais salvando pessoas em situação de perigo» e dois drones, apoio médico, com médicos de clínica geral, tendas e 50 camas de campanha, medicamentos e demais equipamento, e «apoio à identificação das necessidades mais prementes para o restabelecimento de comunicações», com um oficial de engenharia. 

As Forças Armadas estão a preparar o envio de um segundo avião de carga militar para partir depois do dia 21, à medida que as necessidades sejam melhor conhecidas.

Por vias aéreas comerciais «vamos enviar uma equipa de emergência do Instituto de Medicina Legal, correspondendo a um pedido feito pelo seu congénere de Moçambique», equipa cujo equipamento é transportado pelo avião militar.

Também «enviaremos meios da proteção civil, da emergência médica e de serviços de águas», estes para «ajudar a reposição do abastecimento de água e saneamento».

O Ministro disse também que «a Embaixadora de Portugal em Maputo coordena um movimento, felizmente muito vasto, de solidariedade dos portugueses residentes em Moçambique para garantir a provisão de bens alimentares e de outros de necessidades básica» transportados por meios aéreos para a Beira, uma vez que as estradas ainda não estão transitáveis.

Também «estamos a coordenar um movimento muito generoso de organizações para o desenvolvimento, algumas das quais têm pessoas no terreno, que estão a preparar ações de intervenção humanitária com o instituto Camões». 

Santos Silva agradeceu «o contributo e as manifestações de grande solidariedade, que temos procurado encaminhar, da parte de misericórdias, de autarquias, de instituições e organizações da sociedade civil».