Portugal e Luxemburgo assinaram um protocolo de cooperação com o objetivo de remover a barreira linguística que dificultava o acesso de imigrantes à formação profissional, oferecendo para isso a organização de cursos em língua portuguesa.
O Ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, José António Vieira da Silva, referiu que «o acordo é dirigido aos trabalhadores portugueses, nos setores da construção e nas limpezas, que enfrentam algumas dificuldades para aceder à formação profissional, devido à barreira linguística».
No Luxemburgo, onde assinou o protocolo com o homólogo luxemburguês, Nicolas Schmit, Vieira da Silva destacou que o facto de o país ter três idiomas oficiais propicia «um quadro linguístico complexo que, para muitos trabalhadores, constitui uma dificuldade acrescida».
A formação em português vai ser ministrada pelo Instituto de Formação Setorial da Construção e o Centro de Formação Contínua de Esch-sur-Alzette, em regime de projeto-piloto, tendo como destinatários não só os desempregados portugueses no país, mas também «aqueles que, no quadro da legislação vigente no Luxemburgo, são solicitados a aumentar as suas qualificações profissionais».
Nicolas Schmit disse que Portugal e Luxemburgo têm «um interesse comum em oferecer qualificação profissional» aos imigrantes, facilitando o acesso à formação em língua portuguesa e «proporcionando-lhes as mesmas oportunidades para encontrar trabalho e melhorar a sua empregabilidade».
O protocolo prevê ainda o acesso dos imigrantes a cursos de francês, uma das línguas do país.
Reforço da cooperação no emprego e formação
Vieira da Silva afirmou que o acordo é o resultado de uma «vontade expressa já há vários anos de reforçar a cooperação do Luxemburgo e Portugal no domínio do emprego e da formação» e representa também «as boas relações entre os dois países e a importância da comunidade portuguesa no país».
«É um esforço da nossa diplomacia, um esforço do trabalho das nossas comunidades e é também o reflexo de uma relação muito próxima entre os dois países», acrescentou.
O Ministro sublinhou ainda a relevância de os portugueses a viver no Luxemburgo aproveitaram esta oportunidade porque «a qualificação é um dos aspetos mais importantes nos percursos profissionais, e é muito importante para uma comunidade com o peso dos portugueses no Luxemburgo», que representam cerca de 16% da população.