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2019-05-17 às 16h21

Portugal e Espanha devem juntar esforços para «fazer parte da indústria de defesa europeia»

O Ministro da Defesa Nacional, João Gomes Cravinho, referiu a importância da participação do «tecido empresarial, tecnológico e industrial» de Portugal e Espanha no setor militar europeu, para lidar com as ameaças que a União Europeia enfrenta.

Durante um almoço organizado pela Câmara do Comércio e Industria Luso Espanhola, em Lisboa, João Gomes Cravinho afirmou que «é natural que na Europa tenha surgido uma maior preocupação em matéria de Defesa».

«Necessitamos agora que o nosso tecido empresarial, tecnológico e industrial identifique setores onde possa participar e que se dinamizem as necessárias parcerias entre setor público, setor privado, investigação e Forças Armadas», afirmou o Ministro, acrescentando que há benefícios em colocar ambos os países «na defesa e na economia do século XXI».

Referindo que já não se fala «em controlar um território», João Gomes Cravinho deu alguns exemplos de ameaças que os países europeus enfrentam e que «resultam da ciber-realidade, da realidade das nossas sociedades, que além de abertas e democráticas, são cada vez mais dependentes da tecnologia, o que cria uma vulnerabilidade cada vez maior». 

A «utilização não sustentável de recursos naturais» é outros dos desafios atuais que os países enfrentam.

«Ameaças tradicionais continuam a existir»

Apesar dos novos desafios, o Ministro afirmou que «nem tudo é novo» e que as «ameaças tradicionais continuam a existir», como é o caso da «ameaça do terrorismo que Espanha tem sentido» e que «não deixa ninguém isento, alheio a essa possibilidade de atentados terroristas».

Por responder a estas ameaças, João Gomes Cravinho afirmou que é necessário criar «mecanismos importantes para saber dar resposta a essa Europa da defesa».

«As nossas indústrias de Defesa têm de saber cada vez mais fazer parte dessa indústria europeia», disse o Ministro, acrescentando que se está a pensar «na proteção e na defesa daquilo que é a nossa forma de vida».

João Gomes Cravinho explicou ainda que os «estados-membros da União Europeia, no seu conjunto, são já o segundo maior investidor militar mundial» e apelou à convergência entre as indústrias portuguesa e espanhola neste sentido.

«Parece-me claro que, daqui por meia dúzia de anos, teremos uma capacidade de atuação militar europeia muito maior do que a que existe e, por trás disso, tem de haver um tecido económico», concluiu.