A Ministra da Saúde, Marta Temido,
afirmou que «melhorar a identificação precoce da infeção de indivíduos de grupos não considerados de risco» relativa ao VIH/sida deve ser um dos objetivos de Portugal a médio prazo.
Em Lisboa, no dia em que foi anunciado que Portugal alcançou as três metas da ONU relativas ao VIH/sida para 2020, a Ministra referiu ainda a intenção de «melhorar o acesso à Profilaxia Pré-Exposição da Infeção» e de «melhorar a retenção em tratamento e recuperar indivíduos que abandonaram a terapêutica.
Na sessão de apresentação dos resultados que também contou com a presença da Secretária de Estado da Saúde, Raquel Duarte, Marta Temido acrescentou que Portugal precisa de «continuar a melhorar o acesso atempado ao rastreio, ao tratamento e a apoios sociais, para que ninguém fique para trás, garantindo a cobertura universal de saúde».
Portugal alcançou os três objetivos da ONU ao diagnosticar 92,2% das pessoas que vivem com infeção por VIH, estando 90,2 das pessoas diagnosticadas em tratamento antirretroviral e 93% das pessoas em tratamento com carga viral indetetável. Para 2030, o objetivo é chegar aos 95%.
«Aumentar a literacia da população»
A Secretária de Estado da Saúde, Raquel Duarte, afirmou que «aumentar a literacia da população» relativa ao VIH/sida deve ser um dos principais objetivos de Portugal a curto prazo.
«O futuro vai exigir que trabalhemos muito mais. Temos de aumentar a literacia da população, reduzir comportamentos de risco em toda a população, temos de alargar os rastreios e chegar à população que não se considera em risco, temos de garantir uma adesão ao tratamento até ao final», declarou.
Raquel Duarte alertou também para a necessidade de começar a diagnosticar as infeções por VIH mais precocemente. A demora média na população em geral é de 3,4 anos, mas no caso dos homens heterossexuais sobe para mais de cinco anos.
«Temos de trabalhar nas populações que percebem o risco, mas também na população que não o reconhece», disse.