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A Ministra do Mar, Ana Paula Vitorino, vai
anunciar os novos compromissos do País na gestão sustentável dos oceanos na
conferência Our Ocean 2017, organizada pela União Europeia.
Nos dias 5 e 6 de outubro, a Conferência
reunirá representantes de 61 países em Malta, desafiados a contribuírem com
ações efetivas para a construção de uma governação global dos oceanos.
Em declarações à agência Lusa, a Ministra
disse que Portugal se vai comprometer «a desenvolver novos regulamentos que
abordem a introdução de espécies não-indígenas marinhas, para assegurar a
efetiva implementação da Convenção das Águas de Lastro».
«Portugal vai ainda disponibilizar um
financiamento de um milhão de euros, entre 2017 e 2020, para apoiar a
atualização dos Sistemas de Tecnologia da Informação e Comunicação relacionados
com o meio ambiente e as atividades económicas oceânicas», acrescentou Ana
Paula Vitorino.
Outro dos compromissos que serão
anunciados pela Ministra será o de «aumentar significativamente o financiamento
da investigação científica em mar profundo, incluindo estudos sobre os impactos
ambientais da mineração do fundo marinho», afirmou também.
Este financiamento será feito no quadro da
iniciativa europeia JPI Oceans, sobre oceanos saudáveis e produtivos, apresentada
em 2011 como plataforma intergovernamental, em que participam atualmente 21
países, e que cobre todas as áreas marinhas da União Europeia.
Economia oceânica sustentável
A Ministra sublinhou que «deve ser
promovida uma abordagem equilibrada na relação entre a Humanidade e o Oceano,
sendo – para isso - necessário promover uma economia oceânica sustentável».
«Em Portugal, a economia azul está a
crescer, especialmente em termos de transporte marítimo, turismo náutico e
indústria de processamento de peixe», lembrou Ana Paula Vitorino.
A Ministra afirmou que «o compromisso
assumido é aumentar em 50% a contribuição da economia do mar na economia
nacional em geral e reforçar as medidas de proteção do oceano, como o aumento
das áreas marinhas protegidas e a regulação efetiva das atividades extrativas,
como a pesca e a aquacultura».
Estados costeiros
Ana Paula Vitorino disse ainda que «é
fundamental que os Estados costeiros adotem medidas com vista ao correto
planeamento e adequada utilização do oceano».
«É também essencial que a intervenção
desses Estados não se limite apenas às fronteiras formalmente definidas de
soberania ou jurisdição, uma vez que a biodiversidade do oceano não conhece
essas fronteiras», acrescentou a Ministra.
Ana Paula Vitorino disse: «Por isso, a
necessidade de um planeamento coordenado das atividades marítimas concorrentes
e de uma gestão estratégica do oceano ao nível multilateral e internacional é
reconhecida globalmente».
«É fundamental que se mantenha o
acompanhamento sério e informado do desenvolvimento dos novos instrumentos
internacionais relativos tanto à exploração do mar profundo, no âmbito da
Autoridade dos Fundos Marinhos, como à conservação e uso sustentável da
biodiversidade marinha nas áreas além da jurisdição nacional, no âmbito da ONU»,
referiu a Ministra.
Com a concretização da
definição do limite exterior da Plataforma Continental Portuguesa junto das
Nações Unidas, Ana Paula Vitorino concluiu, dizendo que o País se deve tornar «pioneiro
e potenciador da negociação e discussão» dos temas: exploração do mar profundo
e conservação e uso sustentável da biodiversidade marinha em águas fora de
jurisdições nacionais.
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