O Primeiro-Ministro, António Costa, afirmou que, em 2018, Portugal empenhou «uma média mensal de 860 militares» em operações e missões internacionais, o que representa um aumento de 17% em relação a 2017.
Durante o I Seminário de Defesa Nacional, que decorreu em Lisboa, o Primeiro-Ministro referiu que «Portugal tem de estar presente com uma voz responsável e credível na miríade de organizações internacionais, onde os países cooperam, para garantir a regularidade do funcionamento e a segurança do sistema internacional».
Apesar do Portugal ser um dos «destinos mais seguros do mundo», António Costa disse que «não está imune a um leque alargado de ameaças», o que implica um trabalho «permanente» de controlo de riscos e prevenção.
O Primeiro-Ministro referiu também que o País deve estar preparado não apenas para «mitigar ao máximo os efeitos dessas ameaças - caso ocorram - mas também restabelecer rapidamente as normais condições de funcionamento da sociedade».
Reavaliar o modelo de participação do Estado nas Indústrias de Defesa
Referindo-se às indústrias da defesa como «um ativo estratégico e um setor em que existe um importante interesse nacional», António Costa afirmou que o Governo está a reavaliar o modelo previsto para a participação do Estado no sector, tendo como base a Política Comum de Segurança e Defesa e o seu desenvolvimento nos últimos dois anos e meio.
A «aprovação da Lei de Programação Militar, o compromisso de investimento em defesa assumido no quadro da NATO e os recentes desenvolvimentos no âmbito da Defesa europeia sugerem, assim, a revisitação que está a ser feita pelo Governo do modelo previsto para as participações do Estado nas indústrias de defesa», disse o Primeiro-Ministro.
Programas de defesa da NATO e da União Europeia
António Costa referiu-se também à estratégia global da União Europeia para a Política Externa e de Segurança, aprovada em 2016, que abriu caminho para a cooperação estruturada permanente e a criação do Fundo Europeu de Defesa.
A existência de uma indústria de defesa nacional «associada a tecnologias de elevado valor acrescentado», estimulará a ligação aos centros de investigação e as universidades nacionais e potenciará o «seu envolvimento com os mercados internacionais de defesa», disse ainda.
O Primeiro-Ministro referiu que, neste âmbito, está prevista a participação dos Estados em programas multinacionais da União Europeia e da NATO e que «em última análise, também melhora as perspetivas de sustentabilidade das Forças Armadas portuguesas».