«Se queremos alimentar este ciclo de inovação é muito importante continuarmos, de uma forma duradoura e sustentável, a formar aquilo que permitiu hoje termos um ecossistema com a dinâmica que temos no setor das startups», afirmou o Primeiro-Ministro António Costa no lançamento do projeto Dream Assembly da empresa de venda de vestuário online Farfetch, em Lisboa.
O Primeiro-Ministro referiu que este projeto faz com que a empresa deixe «de ser apenas uma plataforma para venda de produtos de moda, para passar a ser uma agregadora de ideias, de projetos e de novas empresas».
«Isto é muito importante porque significa que a Farfetch não quer deter o exclusivo daquilo que é, mas – pelo contrário – quer ajudar novas empresas a ser aquilo que entretanto ela se tornou», acrescentou António Costa, numa visita em que esteve acompanhado pelo Ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral.
Empreendedorismo transforma tecido empresarial
O Primeiro-Ministro disse que «a cultura do empreendedorismo é muito importante», «porque alarga e democratiza a oportunidade de realização de projetos, de concretização dos sonhos», pelo que hoje «qualquer um que tenha capacidade e um bom projeto tenha a oportunidade de o concretizar e de o levar ao mercado», o que «é muito importante para a transformação do tecido empresarial do nosso País».
Recordando que Portugal tem «uma posição central no setor de moda», de têxteis, de confeções e de calçado, o Primeiro-Ministro apontou a transformação do emprego nestas áreas, afirmando que «grande parte desses empregos são destinados a engenheiros» para as áreas de inovação e modernização.
António Costa destacou a importância do comércio eletrónico para as PME e microempresas, «porque as grandes marcas conseguem ter um espaço na melhor rua de qualquer cidade, mas quem está a começar ou quem tem pequenas produções precisam de plataformas como a Farfetch para chegar a todo o mundo».
Investir na Educação
Para desenvolver a inovação na indústria e no comércio «há que investir cada vez mais na educação e no acesso ao ensino superior, na formação qualificada, na ciência, na inovação e na capacidade de atrair o conhecimento para as empresas, porque é assim que podemos efetivamente ter sucesso neste mundo de hoje».
O Primeiro-Ministro referiu a importância da disponibilidade de quadros na área das novas tecnologias que Portugal tem como razão para investimentos estrangeiros importantes, insistindo que «é fundamental investir mais e mais na Educação para produzir mais e mais talento», pois «o mercado de trabalho está a melhorar a sua qualidade e já estamos a sentir a necessidade de reforçar o aumento dos quadros disponíveis».
Para isto, o Governo criou o «
Programa Incode, que prevê o aproveitamento de licenciados em áreas de menor empregabilidade para áreas de programação», uma vez que há «necessidade premente de quadros qualificados para ocupar milhares de postos de trabalho, para os quais não existem candidatos», enquanto há «uma elevada taxa de desemprego de licenciados em algumas áreas».
António Costa afirmou que «temos de persistir e continuar nas opções estratégicas que fizemos», exemplificando com apolítica de universalização da educação, iniciada nos anos de 1970, ou o investimento em ciência e inovação, que estão agora a dar resultados.
«Estas políticas só têm sucesso quando são pensadas a longo prazo, e durante esse período temos a persistência de as ir mantendo e sustentando», sublinhou.