«O Governo interpreta estes números como estando totalmente alinhados com aquilo que são os nossos objetivos orçamentais para o ano» de 2019, afirmou o Ministro das Finanças, Mário Centeno, referindo-se aos dados das contas nacionais divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
Em conferência de imprensa, no Porto, o Ministro acrescentou: «O Governo não tem orçamentos retificativos, não temos de ir à Assembleia da República pedir mais dinheiro aos portugueses para pagar as despesas do Estado».
«Não pretendo fazer nenhuma revisão, este número que hoje conhecemos está alinhado e é completamente compatível com os objetivos do ano», reafirmou Mário Centeno.
Segundo
comunicado da área governativa das Finanças, «os dados publicados pelo INE indicam que o crescimento económico, as contas externas e as contas públicas tiveram uma evolução excecional ao longo da legislatura e descrevem o período de crescimento mais sustentável das últimas décadas».
Mais crescimento
«O INE estima que o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu, em termos reais, 3,5% em 2017 e 2,4% em 2018, mais 0,7 e 0,4 pontos percentuais (p.p.), respetivamente, do que as anteriores estimativas», acrescenta o comunicado, referindo que «esta alteração reforça a noção de que a economia teve, ao longo dos últimos anos, um dos melhores períodos de crescimento em democracia, com um ritmo de crescimento que não se verificava desde os anos 90».
O comunicado acrescenta: «Com estas estimativas, o crescimento de 1,9% previsto no Programa de Estabilidade fica assim mais perto de ser alcançado, credibilizando todo o processo de definição das políticas económicas em Portugal, em especial a política orçamental».
«O crescimento inclusivo do PIB refletiu-se num aumento de 11,3% do rendimento disponível das famílias entre 2015 e 2018, algo que não se verificava» há mais de 20 anos, refere ainda.
Crescimento e contas externas sustentáveis
«As mudanças estruturais da economia refletem-se no forte crescimento do investimento e das exportações, cujo peso na economia aumenta 6 p.p. entre 2015 e 2018», lê-se no comunicado.
E acrescenta: «A economia é hoje menos dependente do consumo, quer privado quer público, cujo peso no PIB caiu 3 p.p. entre 2014 e 2018 p.p. Neste processo de reforço da sustentabilidade económica, destaca-se a melhoria do saldo excedentário das contas externas».
«Estes resultados de melhoria da situação externa da economia são de uma importância vital para a sustentabilidade da economia», sublinha o comunicado.