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2018-06-13 às 9h27

Novos investimentos em tecnologia e investigação criam empregos de qualidade em Portugal

Primeiro-Ministro António Costa com o presidente da Amyris, John Melo, na assinatura do contrato de investimento para investigação biotecnológica, Califórnia, 13 junho 2018
As multinacionais Google (de tecnologias da informação e comunicação) e Amyris (de produtos renováveis e sustentáveis de substituição de produtos produzidos a partir de petróleo ou de metais raros) vão fazer investimentos significativos em Portugal, foi anunciado no terceiro dia da visita do Primeiro-Ministro António Costa aos Estados Unidos.

No seu segundo dia no Estado da Califórnia, o Primeiro-Ministro visitou e teve reuniões de trabalho na Cisco, na Instituição Hoover da Universidade de Stanford, na Google, no Banco de Silicon Valley, e um jantar com investigadores, académicos e dirigentes de empresas startup portugueses. 

O Primeiro-Ministro foi acompanhado nestas reuniões pelos Ministros da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, da Economia, Manuel Caldeira Cabral, e pelo Secretário de Estado da Internacionalização, Eurico Brilhante Dias. 

Nova capacidade de inovação em matéria de aplicações

Na reunião de trabalho do Primeiro-Ministro na Google, a empresa anunciou a instalação em Portugal de uma unidade para formação e desenvolvimento do sistema operativo Android, o que a empresa fará pela primeira na Europa.

O vice-presidente da empresa, Kent Walker, disse também que o projeto piloto do novo centro português da Google, em Oeiras, vai iniciar-se no final deste ano, através de um concurso aberto para o preenchimento de mil vagas destinadas a formação e posterior desenvolvimento de produtos tecnológicos no sistema operativo Android.

A empresa justificou esta opção por Portugal ser «um dos países líderes da economia digital na Europa. Queremos continuar a apoiar os esforços do Governo português para desenvolver a digitalização da sua economia».

António Costa referiu que a multinacional Google fez recentemente «um investimento muito importante em Portugal, tendo já criado 500 postos de trabalho» e «o anúncio da criação desta academia piloto para o desenvolvimento de aplicações com base na tecnologia Android é extramente importante». 

«A indústria das aplicações é algo que vale milhões e milhões de dólares ou euros no mercado global», sublinhou, afirmando o seu desejo de «que este projeto piloto tenha sucesso e que se possa desenvolver a partir de Portugal uma nova capacidade de inovação em matéria de aplicações». 

O Primeiro-Ministro sublinhou que «será a primeira vez que a Google o fará na Europa, e espero que não seja a última em Portugal», e esta decisão «dará uma grande centralidade a Portugal como país líder no desenvolvimento de tecnologias», sobretudo no mercado europeu.

Investimento em investigação biotecnológica

António Costa presidiu à assinatura de um contrato de 50 milhões de dólares da multinacional norte-americana Amyris para pesquisa biotecnológica na Universidade Católica do Porto, através de um contrato assinado com a Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP).

O presidente da Amyris, o lusodescendente John Melo, brindou com vinho da Madeira – «Foi também com vinho da Madeira que se brindou no dia da independência dos Estados Unidos», recordou – ao sucesso do investimento na Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica do Porto destinado à pesquisa de novos caminhos de sustentabilidade ambiental no domínio da biotecnologia.

O Primeiro-Ministro convidou os lusodescendentes e os norte-americanos a descobrir «o novo mundo que representará para vós Portugal». «Temos excelentes universidades do Minho até ao Algarve. Venham. Estamos à vossa espera», afirmou.

O Primeiro-Ministro reuniu-se também com a antiga Secretária de Estado (Ministra dos Negócios Estrangeiros) norte-americana Condoleezza Rice na Hoover Institution, da Universidade de Standford.

«Tive com o Primeiro-Ministro uma discussão muito interessante sobre tudo o que Portugal está a fazer em termos de inovação. Aqui, o Hoover Institution, é um centro de inovação da Universidade de Stanford em Silicon Valley», disse Rice, que acrescentou que Portugal «é claramente um país em movimento e em franco progresso».

Empregos de qualidade

António Costa afirmou a importância de criar empregos de qualidade, sobretudo nos setores tecnológicos e da inovação, numa declaração à imprensa no final da visita à sede da empresa multinacional Cisco, que emprega cerca de 400 trabalhadores em Portugal.

«Se nestes dois anos e meio a prioridade de Portugal foi a descida do desemprego - estamos hoje com uma taxa que se aproxima dos 7,5% -, temos uma segunda prioridade que é aumentar a qualidade do emprego», disse.

Aumentar a qualidade do emprego «passa por combatermos a precariedade, mas também por criarmos mais e melhor emprego», e isso «alcança-se com empresas que gerem empregos qualificados».

«Ora, as empresas tecnológicas estão seguramente entre elas. Conforme as empresas tecnológicas vão estando presentes nas outras empresas, também estas vão precisando cada vez mais de quadros mais qualificados», afirmou.

Portugal está a desenvolver cluster na cibersegurança

Na Cisco, que tem 400 trabalhadores em Portugal, em Braga e em Oeiras, o Primeiro-Ministro afirmou que esta empresa «é um parceiro muito importante na modernização tecnológica de Portugal - e desejamos que continue a ser. Esperamos que forneça não apenas serviços para Portugal, mas serviços a partir de Portugal para o conjunto do mundo».

António Costa referiu que a cibersegurança (segurança de redes e sistemas informáticos) «é um setor em que Portugal está a desenvolver um cluster importante» no plano europeu. «Vamos ter a escola na NATO focada na cibersegurança, e há outras empresas tecnológicas que estão a instalar em Portugal os seus centros de competências. Esperamos que a Cisco continue a investir no nosso País», disse. 

«Portugal é hoje um país muito atrativo para a localização de empresas», e «estar do outro lado do Atlântico, no mundo de hoje, já não é uma barreira», disse, apontando interesses comuns à empresa e ao País, como o wifi livre e a cibersegurança. 

A presidente da Cisco Portugal, Sofia Tenreiro, disse que empresa quer aumentar os investimentos em Portugal, «até por causa de toda a inovação que está a acontecer a partir do País». «A criação de startups está a trazer investimento de muitas outras companhias para Portugal». 

«Queremos ajudar Portugal na sua transformação digital, em particular na cibersegurança que é a área número um para muitas empresas - e, naturalmente, prioridade número um para a Cisco», na presença do vice-presidente da empresa, Mark Chandler.