O Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, afirmou que os investimentos público e privado «têm de ser orientados para a criação de emprego», durante a sessão de abertura do sétimo Fórum Anual de Graduados Portugueses no Estrangeiro, no Porto.
Manuel Heitor referiu que «está a ser cada vez mais fácil crescer» em Portugal mas sublinhou que este crescimento tem «uma relação cada vez maior com os empregadores e com aqueles que criam emprego».
«É uma realidade que conhecemos em Portugal. Temos casos excelentes, mas também temos muitas instituições longe de atingir o estado de colaboração que pretendemos», acrescentou, definindo o objetivo de reduzir a dependência do Estado e de orientar os investimentos público e privado para a criação de emprego.
O Ministro sublinhou ainda a tendência de crescimento do financiamento das universidades, realçando que desde 2015 «a dotação orçamental das instituições de ensino superior aumentou 10% e o número de estudantes aumentou 4%».
Portugal, Suécia e Noruega foram, de acordo com o último relatório da Associação Europeia das Universidades, os únicos países no contexto europeu que aumentaram o financiamento do ensino superior nos últimos três anos mas Manuel Heitor salientou a necessidade de Portugal fazer ainda mais.
«Temos hoje as maiores taxas de crescimento, quer na área da ciência, quer do ensino superior, mas este crescimento não é suficiente, sobretudo quando comparado com outros países», disse.
Despesa em investigação deve atingir 1,7% do PIB em 2019
O Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior afirmou também que a despesa de Portugal em investigação deve atingir 1,7% do Produto Interno Bruto em 2019.
O Governo mantém o objetivo de garantir que a investigação e desenvolvimento representem 3% do PIB em 2023 e isso «exige duplicar a despesa pública em 12 anos e multiplicar por quatro a despesa privada».
«Quer dizer criar 25 mil postos de trabalho, dois mil por ano», acrescentou.
«É esta a tendência que queremos estimular para Portugal face àquilo que foi o crescimento já verificado em 2016, 2017 e agora em 2018, quando estamos perto de atingir 1,5% do PIB investido em investigação e desenvolvimento, com 60% no setor privado e 40% no setor público», disse.
Manuel Heitor frisou também o objetivo do País de garantir o crescimento da sua participação na Europa: «Portugal contribui para o orçamento europeu com cerca de 1,2% [do total]. Demorámos cerca de 15 anos a atingir o equilíbrio de contas. A partir de 2014, nós somos recebedores líquidos do orçamento europeu em termos de investigação e desenvolvimento».
«Este ano, segundo dados de setembro, ultrapassámos sensivelmente 1,6% do orçamento europeu na capacidade de atrair financiamento, mas o objetivo é no próximo quadro europeu chegarmos a 2% do orçamento europeu e, por isso, duplicarmos a nossa capacidade de participar na Europa em redes europeias», afirmou.