O Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, afirmou que é preciso aumentar o esforço de combate ao abandono de alunos no ensino superior para reduzir as taxas de abandono escolar que, entre 2011 e 2015, chegaram aos 15 mil por ano.
No Porto, no final da conferência «Encontros com a Inovação em Saúde», o Ministro realçou que é preciso trabalhar «mais, muito mais» e destacou a necessidade de apostar na diversificação do sistema de ensino para eliminar as razões dos abandonos.
«Temos de garantir que dentro da sala de aula é dada uma atenção cuidada e um princípio de educação cada vez mais com base humanística para perceber os percursos individuais de todos os estudantes, e isto exige, indiscutivelmente, uma responsabilização crescente das instituições do ensino superior pela questão do abandono escolar», disse.
No comentário ao estudo «Situação após quatro anos dos alunos inscritos em licenciaturas de três anos», da Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência, Manuel Heitor realçou que só haverá um sistema melhor com mais informação e que os dados apresentados foram afetados por um período de crise financeira, referindo que a educação é sempre «seriamente afetada pelo contexto socioeconómico».
Apoio à ação social escolar
Manuel Heitor reforçou que Portugal tem estudantes a menos e reiterou a importância do aumento do esforço de apoio à ação social escolar, acrescentando que «além do esforço de financiamento, para além da modernização legislativa, há uma necessidade intrínseca de reforçar a responsabilidade das instituições e dos docentes no combate ao abandono escolar a todos os níveis».
«Se queremos ter uma sociedade mais inclusiva, com mais conhecimento, temos de ter mais estudantes a entrar, mas também mais estudantes a graduar. E esse é um desafio para todos», afirmou.
O Ministro reiterou ainda o objetivo para que seis em cada dez jovens estejam no ensino superior em 2030.