O Ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural, Luís Capoulas Santos, afirmou que o início da exportação de carne de porco nacional para a China «é um passo importantíssimo para o setor».
Em Reguengos de Monsaraz, na cerimónia que assinalou a saída do matadouro da Maporal dos primeiros dez contentores para a China, o Ministro realçou que a exportação neste primeiro ano tem um valor estimado de 100 milhões de euros.
Capoulas Santos sublinhou que o mercado da China é uma «alternativa muito importante» para os produtores portugueses, que «deixam de ficar dependentes do preço da superpotência suinícola que é a Espanha». A exportação para o mercado chinês representa «uma afirmação da internacionalização da agricultura» portuguesa, acrescentou.
A abertura do mercado foi possível depois de um trabalho conjunto que vai permitir a Portugal colocar «um produto de excelência» naquele que é «simplesmente o maior mercado do mundo». Capoulas Santos sublinhou que Portugal também já tinha aberto a exportação da carne de porco para a Coreia do Sul e para a Índia.
O Ministro afirmou também que Portugal está em negociações com as autoridades chinesas para garantir a abertura do mercado para «algumas frutas nacionais», sendo o das uvas aquele que está mais adiantado.
As exportações de carne de porco portuguesa para a China vão movimentar um volume de negócios de 100 milhões de euros em 2019 e de 200 milhões de euros em 2020. Os primeiros dez contentores, com 270 toneladas de carne de porco, devem chegar à província chinesa de Hunan dentro de um mês.
Prioridade à internacionalização
A internacionalização é uma das vertentes prioritárias da política do Governo. Por essa razão, o reforço da competitividade do setor agroalimentar, através da criação de condições para o aumento das exportações e para a internacionalização das empresas deste setor, é um fator decisivo para o cumprimento daquele desígnio.
Neste enquadramento, o Governo já abriu mercados para mais de 50 produtos num total superior a 200 produtos e o Ministro sublinhou que está em negociações para a abertura de mais 50 mercados.
Luís Capoulas Santos realçou que Portugal é responsável pelo abastecimento de 40% dos frutos vermelhos na União Europeia, numa dimensão de exportação que já quase duplicou o da pera-rocha.
Para a exportação para países terceiros é geralmente necessário, previamente ao início da exportação, serem acordados com as autoridades competentes dos países de destino as condições e requisitos fitossanitários ou sanitários que têm que ser cumpridos quer pelos operadores económicos quer pela autoridade competente nacional, na certificação dos produtos a serem exportados.
Tratam-se de processos complexos do ponto de vista técnico e que implicam, na maioria das situações, durante o processo de troca de informação entre as autoridades competentes, a realização de visitas técnicas por peritos dos países terceiros para verificação in loco das condições de produção e também dos controlos oficiais realizados aos produtos a exportar.