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2018-05-17 às 14h58

Europa tem «grande convergência de pontos de vista» na política internacional

Primeiro-Ministro António Costa recebido pelo Primeiro-Ministro da Bulgária, Boyko Borisov, para a reunião dos líderes da União Europeia, Sófia, 16 maio 2018 (Foto: Presidência búlgara da UE)
Primeiro-Ministro António Costa com o Presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, durante a Cimeira entre a UE e os Balcãs Ocidentais, Sófia,17 maio 2018
O Primeiro-Ministro António Costa sublinhou a importância da reação comum dos países da União Europeia a algumas das medidas tomadas pelo Governo dos Estados Unidos, numa declaração no final da reunião informal dos líderes da UE e cimeira entre a União em os países do Balcãs Ocidentais, em Sófia, na Bulgária.

«Se pensarmos que há um ano estávamos a recear pelo futuro da Europa depois do Brexit [saída do Reino Unido da União Europeia], um ano depois, ainda com o Reino Unido, conseguirmos uma frente comum face à pressão dos Estados Unidos e à sua ação no Irão e relativamente à política comercial com a Europa, é um sinal positivo», disse o Primeiro-Ministro.

António Costa destacou que houve «uma grande convergência de pontos de vista» entre os 28 países europeus quer no que respeita ao Irão, quer no que respeita às taxas alfandegárias dos EUA sobre importações de alumínio e aço (ainda não aplicadas à Europa), acrescentando: «sente-se que a Europa está a reagir». 

Manter aliança sem submissão

«A pior coisa que poderia acontecer era a Europa romper uma aliança ou então ter uma atitude submissa relativamente a um parceiro com o qual se tem de relacionar de igual para igual. Aquilo que eu acho que foi positivo ter acontecido ontem [dia 16 de maio] foi ao nível dos 28 não ter havido fraturas, nem divergências quanto ao essencial, e ter sido possível tomar uma posição conjunta», acrescentou.

O Primeiro-Ministro disse ainda que a União Europeia vai manter «uma atitude de diálogo que deve existir entre parceiros, amigos e aliados», afirmando, contudo, claramente que não aceitará medidas unilaterais que atinjam diretamente a economia e as empresas europeias.

Quanto ao Irão, o União vai «continuar a cumprir» o acordo que permitiu o congelamento do seu programa nuclear, acordo que foi assinado pelos Estados Unidos, mas denunciado recentemente.

Arrumar a casa europeia

O Primeiro-Ministro afastou a ideia de um rápido alargamento da União aos países dos Balcãs Ocidentais: «Não creio que esteja manifestamente na ordem do dia. É preciso sermos realistas: não se convida um amigo para casa sem primeiro arrumarmos a casa e há muito trabalho de casa a fazer na União Europeia», disse, respondendo uma pergunta da imprensa.

Neste momento, está «aberto um grande debate sobre o futuro da Europa», tendo a reunião informal do dia 16 discutido a inovação e a economia digital, um ponto da Agenda dos Dirigentes (destinada a encontrar soluções para os principais problemas que se colocam à UE), cujos trabalhos se prolongarão por mais um ano.

António Costa referiu que «em junho, vamos ter um teste muito importante sobre a capacidade de tomar decisões sobre a reforma da União Económica e Monetária, que é essencial». Assim, não «se pode convidar mais alguém para a União Europeia sem conseguirmos consolidar aquele que foi o projeto mais ambicioso até agora lançado».

Presentemente, a Europa está «dividida na discussão do próximo quadro financeiro plurianual», o orçamento comunitário, pelo que, «primeiro temos de arrumar a nossa casa para podermos receber os outros com todo o respeito e dignidade com que somos recebidos em casa própria». 

«É assim que cada um faria na sua casa, é assim que temos de fazer com os países dos Balcãs Ocidentais, o que não significa que não se aproveite este período para avançar naquilo que é possível avançar», disse ainda.

Balcãs Ocidentais

A cimeira entre a União Europeia e os países do Balcãs Ocidentais (Albânia, Bósnia-Herzegovina, Sérvia, Montenegro, antiga República jugoslava da Macedónia e Kosovo) destinou-se a reafirmar a pertença destes países à família europeia, a reforçar as ligações infraestruturais, digitais e humanas entre ambos e a trabalhar mais proximamente para enfrentar desafios comuns como a segurança, as migrações e as relações de boa-vizinhança.

O Primeiro-Ministro destacou a importância do dossier da conectividade – «reforçando a conectividade na energia, nos transportes e no digital ficamos, com certeza, mais próximos» – na aproximação entre os países dos Balcãs Ocidentais e a UE.