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2017-12-20 às 14h16

Emigrantes portugueses são prova viva que a Europa multicultural é possível

Ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, no V Encontro Anual do Conselho da Diáspora Portuguesa, Cascais, 20 dezembro 2017 (Foto: Tiago Petinga/Lusa)
«É mesmo possível não nos fecharmos em identidades puramente nacionalistas, continuarmos a ser o que somos, trabalhando com os outros», afirmou o Ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, na abertura do V Encontro Anual do Conselho da Diáspora Portuguesa, em Cascais.

O Ministro acrescentou: «É mesmo possível que a Europa seja multicultural, multirreligiosa, multiétnica» e «Portugal e os portugueses provam isso», pois «ao mesmo tempo que se integram com facilidade, mantêm a sua ligação ao País e à cultura portuguesa».

«A diáspora portuguesa na Europa deve constituir e já constitui, em muitos círculos, um caso de estudo», referiu ainda Santos Silva, destacando: «Não há nenhuma notícia de um problema causado por inadaptação de portugueses, seja no Luxemburgo, no Reino Unido, em França, na 
Alemanha ou na Suíça». 

Diáspora representa o futuro

O Ministro lembrou também que, num ano que foi «absolutamente devastador» para Portugal, exigindo «uma consciência de que se mantêm muitos problemas e existem problemas novos para os quais há uma preparação muito frágil», a diáspora representa «o País da ciência e da tecnologia, da fluência em várias línguas, da paz e da segurança, da capacidade de compreensão intercultural».

Santos Silva referia-se aos incêndios de Pedrógão Grande (17 de junho) e dos dias 15 e 16 de outubro, que tiveram «efeitos devastadores a nível de vidas humanas perdidas, recursos materiais e da autoconfiança do País», exigindo reformas da proteção civil e o reordenamento da floresta.

O Ministro sublinhou que «Portugal acrescenta um sentido de abertura característico da nossa cultura e história, como uma nação global habituada a circular nos vários cantos do mundo».

Aumentar a influência dos emigrantes

«Quando olhamos para as sociedades de acolhimento dos emigrantes portugueses, vemos que é preciso investir mais na representação do que eles são nas estruturas e nas instituições das sociedades de acolhimento», disse Santos Silva, acrescentando que «hoje, os ponta-de-lança são os luso-eleitos, os quadros profissionais, os que dirigem instituições públicas ou empresas».

O Ministro referiu que, por outro lado, «é precisa mais influência nas sociedades de acolhimento das comunidades portuguesas», ou seja, «os portugueses residentes no estrangeiro devem ter mais influência na vida económica, cultural e política» dos países onde vivem.

O Conselho da Diáspora integra 96 membros emigrados em 28 países distintos, num total de 48 cidades. Estima-se que sejam cerca de cinco milhões, os portugueses e luso-descendentes residentes no estrangeiro.

Liderança, diversidade e cibersegurança foram os temas escolhidos para o debate de 2017. O próximo encontro, em 2018, será dedicado ao abandono escolar.