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2018-09-21 às 14h00

É preciso reocupar o espaço da floresta que ardeu com uma floresta melhor

Primeiro-Ministro António Costa, com o Ministro do Planeamento e Infraestruturas, Pedro Marques, inaugura a fábrica da Carmo Wood destruída pelo incêndio de Outubro de 2017, Oliveira de Frades, 21 setembro 2018 (Foto: Nuno André Ferreira/Lusa)
O Primeiro-Ministro António Costa afirmou que é preciso reocupar com uma floresta melhor «o espaço deixado pela floresta que ardeu», durante a cerimónia de inauguração das novas instalações das unidades da Carmo Wood, em Oliveira de Frades. 

A Carmo Wood é uma das mais importantes empresas europeias de transformação de madeira, e as suas duas fábricas de Oliveira de Frades, empregando centena e meia de trabalhadores, foram afetadas pelo incêndio de outubro de 2017, tendo uma delas sido destruída.

O Primeiro-Ministro afirmou que é necessário que empresas como a Carmo Wood encontrem «em território nacional a madeira que precisam», para depois a transformar e a enviar para o mercado estrangeiro.

Como é que um País «com a dimensão florestal que nós temos» se pode «dar ao luxo de ter uma floresta que destrói empresas com este valor e não uma floresta que produza madeiras com qualidade e que acrescente valor àquilo que em Portugal podemos produzir?», perguntou António Costa.

Afirmando que Portugal tem uma grande carência de boa madeira, o Primeiro-Ministro afirmou que é preciso acabar com a «floresta mal explorada e mal povoada».

Portugal necessita de desenvolver «recursos endógenos de maior qualidade» como condição necessária para que o seu Produto Interno Bruto – cujos dados provisórios de 2017 o INE divulgou – continue a crescer.

António Costa afirmou ainda que, das 71 empresas afetadas pelo incêndio de 15 de outubro no concelho de Oliveira de Frades, 70 já estão com as obras de reconstrução concluídas ou em reconstrução.

«É sempre possível renascer»

A Carmo Wood investiu 20 milhões de euros na recuperação das suas fábricas de Oliveira de Frades, apoiados pelo Sistema de Apoio à Reposição da Competitividade e Capacidades Produtivas.

Um ano depois do incêndio a fábrica emprega mais 40 trabalhadores, aumentou as vendas em 30%, e aumentou a sua capacidade de produção de 150 mil metros cúbicos de madeira para 250 mil.

«A lição fundamental que todos temos que retirar é que, de facto, é sempre possível renascer, por maiores que sejam as nossas dificuldades», sublinhou o Primeiro-Ministro. 

A empresa fabrica mobiliário urbano e de jardim, parques infantis, vedações e estruturas de madeira, tendo ainda fábricas no Montijo e em Almeirim, e empregando cerca de 350 trabalhadores, e tendo um volume de negócios superior a 70 milhões de euros.

Exporta para mais de 25 países na Europa, África, América do Sul e Ásia, tendo ainda filiais em Espanha e França.

Na cerimónia foi também apresentado o sistema de combate a incêndios desenvolvido através de uma parceria entre a empresa e os bombeiros locais, com depósitos e bombas de pressão, dois camiões-tanque e uma equipa de trabalhadores capazes de darem uma primeira resposta a um incêndio na fábrica.