Saltar para conteúdo
Histórico XXI Governo - República Portuguesa Voltar para Governo em funções

Notícias

2018-01-17 às 19h23

«Criar descontinuidade e diversificação» da floresta portuguesa

Secretário de Estado das Florestas e Desenvolvimento Rural, Miguel João de Freitas
O Secretário de Estado das Florestas e do Desenvolvimento Rural, Miguel João de Freitas, afirmou que o Governo vai substituir as áreas de eucalipto e de pinheiro por folhosas de crescimento lento para «criar descontinuidade e diversificação do mosaico da floresta portuguesa».

Na Comissão de Agricultura e Mar, na Assembleia da República, o Secretário de Estado referiu que esta é uma medida agroflorestal direcionada à zona piloto do Pinhal Interior, acrescentando que o Governo pretende ainda adotar medidas para atrair o investimento dos proprietários florestais nas espécies de crescimento lento.

Miguel João de Freitas disse também que a área florestal portuguesa tem atualmente cerca de 100 mil hectares de eucaliptos abandonados: «É fundamental olhar para estes hectares, mantendo eucalipto naquelas áreas onde a produtividade assim o permite e reconvertendo as áreas que não são as mais adequadas para a plantação de eucalipto».

Aproveitamento de madeira

O Secretário de Estado afirmou que há cerca de dois milhões de toneladas de madeira boa ainda no terreno na sequência dos incêndios de junho e outubro de 2017 e que vão ser criados «parques de madeira» que permitam o seu aproveitamento.

«Toda a madeira de qualidade deve ser tirada e deve ser parqueada», disse, acrescentando que o objetivo é «evitar aumentar as importações de madeira de pinho» até 2020. O Governo vai também criar um parque de madeira do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas «para armazenar 100 mil toneladas de madeira e agir sempre que necessário nas matas públicas».

Miguel João de Freitas acrescentou também que está a ser preparado um programa para apoiar os resineiros, que lhes permita desenvolver «uma atividade a favor da floresta» durante os 12 meses do ano, prestada como um serviço público quando não estiveram a desenvolver a sua atividade económica.

«Cabras sapadoras» na floresta

Outro projeto piloto do Governo passará pela criação de rebanhos dedicados à gestão de combustível florestal na rede primária, o que servirá de auxílio no reforço da prevenção de incêndios.

«A questão silvo-pastoril é essencial», disse Miguel João de Freitas, referindo-se ao projeto de «cabras sapadoras» e sublinhando a importância das parcerias privilegiadas com as organizações de produtores florestais.

O objetivo é «poder executar a totalidade da rede primária da defesa da floresta contra incêndios» nos próximos três anos, sendo que atualmente estão feitos apenas 40 mil de 170 mil hectares.

Para isso, o Governo tem 17 milhões de euros disponíveis, aos quais «serão somados 15 milhões para executar este ano cerca de mil quilómetros de rede primária de defesa da floresta contra incêndios e manter 20 mil hectares da rede primária que está executada».

«Pela primeira vez em Portugal, vamos ter uma diretiva operacional que mostra bem aquilo que se vai fazer, quer em combate quer em prevenção. Até agora, a diretiva operacional era apenas de combate», acrescentou.