AIR Centre vai «criar empregos e estimular o desenvolvimento económico»

O Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, afirmou que o Centro de Investigação Internacional do Atlântico (AIR Centre) vai «criar empregos e estimular o desenvolvimento económico» através da ciência e do conhecimento.

Na Cidade da Praia, capital da República de Cabo Verde, no 3.º Diálogo de Alto Nível Indústria-Ciência-Governo, o Ministro referiu que o Centro de Investigação Internacional do Atlântico, a instalar nos Açores, vai ter projetos e iniciativas concretas até novembro de 2018.

«O AIR Centre é uma ideia inovadora de melhor integrar as tecnologias do espaço com as oceânicas, olhando para as questões críticas das mudanças climáticas e, sobretudo, da necessidade de desenvolvermos novos sistemas energéticos sustentáveis», disse, acrescentando que não é um centro exclusivo e que «será de todos os países que participam nele», que presentemente são 10.

Depois de uma reunião nos Açores e outra em Florianápolis, no Brasil, que criaram as bases para a institucionalização do centro, a reunião da Praia, que decorre até 8 de maio, vai analisar os avançados alcançados na execução e marcar a finalização da fase conceptual do centro com a aprovação da Declaração da Praia.

A reunião também vai definir o programa científico do AIR Centre, que está assente em seis linhas: recursos marinhos e biodiversidade, oceano limpo e saudável, integração de sistemas do espaço exterior às profundidades oceânicas, mitigação e adaptação às alterações climáticas, sistemas sustentáveis de energia e ciência dos dados, inteligência artificial e sistemas de aprendizagem para problemas de clima, dinâmica atmosférica e oceânica.

Manuel Heitor afirmou que «o Governo português já dedicou financiamento para este centro», no valor de dez milhões de euros, e que já tem negociado com a Comissão Europeia «um contrato para financiar o arranque do AIR Centre.

«Estamos a federar financiamentos em outros Governos e queremos ter cada vez mais o acesso de instituições internacionais e de bancos de desenvolvimento», acrescentou.

O Ministro realçou ainda que o processo prevê a atração de financiamento público e privado, sublinhando a importância de ter uma agenda inovadora que possa atrair investimento nomeadamente por parte de empresas.

«Temos de trabalhar sempre a pensar na criação de emprego e na atração de financiamento para o desenvolvimento económico», disse.

Na fundação do AIR Centre estão envolvidos os Governos de Portugal, Brasil, Espanha, Angola, Cabo Verde, Nigéria, Uruguai, São Tomé e Príncipe, juntamente com o Governo regional dos Açores. O Reino Unido e a África do Sul estão, nesta fase, como países observadores.