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2019-05-08 às 10h31

A nossa segurança está «ancorada na NATO, na União Europeia e noutros quadros internacionais»

Ministro da Defesa Nacional, João Gomes Cravinho, na Universidade do Minho, Braga, 8 maio 2019
O Ministro da Defesa Nacional, João Gomes Cravinho, foi o orador principal da sessão de abertura do 40º Colóquio de Relações internacionais, da Universidade do Minho, em Braga. Durante a sua intervenção, João Gomes Cravinho referiu-se a esta Universidade como a «pioneira no estudo de Relações Internacionais em Portugal».

Sobre a relação de Portugal com a União Europeia, numa perspetiva de segurança e defesa, o Ministro lembrou o tema do primeiro colóquio, em 1979, que tinha como objetivo «falar da integração económica e política».

João Gomes Cravinho disse que «o mundo académico e, sobretudo, o mundo das decisões políticas e económicas do nosso País, naquela época, não imaginava que a Comunidade Europeia seria, com o tempo, um fornecedor de segurança».

O Ministro da Defesa Nacional referiu  também que, se por um lado, «havia um largo consenso a favor da integração porque ajudaria a consolidar a jovem democracia portuguesa», por outro, havia os economistas tinham uma visão diversa, porque eram «de uma forma geral muito reticentes em relação à integração europeia».

«O raciocínio político acabou por se sobrepor e  hoje a realidade mostra que «acabamos por nos dar muito bem e por ter um País que foi profundamente transformado por esta experiência de vida», afirmou ainda.

Sobre a segurança em Portugal, João Gomes Cravinho referiu que está hoje «ancorada - para além do enquadramento institucional - na NATO, na União Europeia e noutros quadros internacionais», e que, apesar de se tratar de uma união de «28 Estados-Membros muito diferentes entre si», «no essencial entendem que as relações internacionais se devem pautar por princípios de cooperação e solidariedade».

«Existe uma realidade de partilha de elementos de soberania na União Europeia», afirmou o Ministro e onde, apesar das muitas tensões que caraterizam a coexistência das diferentes preferências, «está arredada a possibilidade de guerra entre os países membro». A a essência do projeto europeu continua, portanto, a ser a da manutenção e da promoção da paz, disse ainda.

Referindo que a segurança em Portugal vai depender não só da capacidade de nos mantermos no território da União Europeia, mas também da capacidade da «União Europeia moldar o mundo em que vive», João Gomes Carvinho acrescentou que «é para a União Europeia que os olhos internacionais se viram quando há um desastre humanitário e é necessário dar apoio a algum país em dificuldades».

É a União Europeia «que faz toda a diferença quando se fala de alterações climáticas» e é de salientar que «o Secretário-Geral das Nações Unidas fez questão de sublinhar a centralidade das alterações climáticas para a gestão da paz no mundo», disse ainda.

O Ministro da Defesa Nacional afirmou também que, apesar da alegada inconsistência, a União Europeia «é a grande promotora de democracia e de direitos humanos de uma forma muito mais significativa do que qualquer outro ator internacional».

Portugal participa atualmente de «uma forma, plena, entusiástica» e «muito comprometida» na Cooperação Estruturada Permanente da União Europeia porque, conforme refere João Gomes Cravinho, é através desta política comum que «conseguimos promover os nossos interesses políticos, estratégicos, económicos, militares» e «tecnológicos».