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2018-01-09 às 17h36

60% do continente ainda está em situação de seca

Ministros do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, José António Vieira da Silva, do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, e da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural, Luís Capoulas Santos, na reunião em Lisboa, 9 janeiro 2018
Apesar da chuva das semanas mais recentes, 60% do território continental ainda está em situação de seca, afirmou o Ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, no final da reunião da Comissão permanente do Conselho Económico e Social que teve como tema o balanço do plano de combate à seca.

«De uma maneira geral pode dizer-se que acima do rio Tejo já não existe qualquer situação de seca. A sul do rio Tejo ela existe, nomeadamente na bacia hidrográfica do Sado, e a quantidade da água das barragens em muito pouco ultrapassa os 20%, o que é preocupante, afirmou.

O Ministro disse que são necessários «dois meses de chuva como está a chover hoje» para que a situação da seca se inverta completamente.

«Já levamos mais de um mês [de chuva] e o que foi 100% de seca extrema e severa em todo o território», «reduziu-se a 60%», disse Matos Fernandes, acrescentando que a chuva que já caiu vai permitir ao País «chegar bem até abril, sem sobressaltos».

Barragens vão ser dragadas para aumentar armazenamento de água

O Ministro afirmou que Portugal vai dragar até um máximo de dez barragens, sobretudo no sul do País, para aumentar a capacidade de armazenamento de água, acrescentando que este processo será realizado durante o primeiro semestre de 2018 «com impactos ambientais virtualmente nulos».

Matos Fernandes disse que o investimento necessário para as dragagens «não é muito expressivo».

A reunião da Comissão permanente do Conselho Económico e Social teve o objetivo de fazer um balanço do plano de combate à seca e o Ministro destacou que, «mais do que discutir quais as potenciais reservas de água que podem estar em cima da mesa», é essencial preparar a adaptação.

«Temos mesmo de nos adaptar a um tempo com menos água, menores recursos hídricos e com maior irregularidade da sua distribuição», afirmou.

O Ministro sublinhou que «não faltou a água nas torneiras dos portugueses» e que foi possível levar até ao fim «grande parte das culturas agrícolas que necessitavam de água». «Tivemos um plano e cumprimo-lo, hierarquizando o que são os usos de água», disse.

Alqueva pode fornecer albufeiras de menor dimensão

João Pedro Matos Fernandes destacou também que o Alqueva poderá desempenhar um papel importante no sul do País, por «ter uma grande capacidade que, de forma programada, possa levar a água a um número muito vasto de outras albufeiras de menor dimensão».

O Ministro realçou ainda que os agricultores e as associações regantes «vão ter de dizer qual a quantidade de água de que precisam» no final de janeiro, salientando a importância de planear da melhor forma os próximos meses, garantindo a adaptação adequada caso se volte a verificar uma situação de seca extrema.