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O Ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, afirmou que o crescimento de 2,8% da produção nacional no primeiro trimestre de 2017 face ao mesmo período de 2016 é consequência de as empresas e os trabalhadores portugueses terem «demonstrado confiança no rumo que a economia portuguesa estava a seguir».
Na Assembleia da República, na abertura da interpelação ao Governo sobre condições para o desenvolvimento da produção nacional, o Ministro destacou que o valor é o mais alto desde o quarto trimestre de 2007 e que é acompanhado de um aumento de 15% das exportações e de um aumento de 150 mil pessoas empregadas face ao mesmo período de 2016.
O Ministro referiu que a política responsável do Governo permitiu promover melhores condições para o investimento, repor rendimentos, aumentar salários, contribuir para reforçar a confiança dos consumidores e das empresas, reduzir o défice público para o valor mais baixo dos últimos 43 anos e melhorar o saldo externo em 900 milhões de euros.
Portugal acelera mais do que a Europa
Manuel Caldeira Cabral realçou que a trajetória ascendente do crescimento trimestral «resulta das empresas portuguesas terem conseguido reverter a trajetória de desaceleração que se verificou ao longo de 2015, voltando a acelerar o crescimento do investimento, do emprego e das exportações».
O Ministro referiu que a conjuntura europeia não foi decisiva nesta aceleração, uma vez que a economia da Zona Euro continua a crescer os mesmos 1,7% do primeiro trimestre do ano passado, enquanto a economia portuguesa está a crescer três vezes mais do que há um ano (0,9% e 2,8% nos primeiros trimestres de 2016 e 2017).
«O crescimento que se está a verificar em Portugal é um crescimento sustentável e com bases sólidas porque aconteceu em paralelo com o reforço do equilíbrio das contas públicas e do saldo externo e assente tanto na procura interna como no crescimento das exportações num conjunto diversificado de setores», acrescentou.
Caldeira Cabral disse ainda que o Governo olhou para os problemas estruturais e trabalhou em conjunto para encontrar soluções para problemas «como o atraso nas qualificações, a necessidade de simplificação administrativa ou o excessivo endividamento das empresas».
Reformas apresentadas pelo Governo
O Ministro destacou também o conjunto de reformas importantes previstas no Programa Capitalizar, que permite recuperar empresas em reestruturação de forma mais rápida, alinhar os incentivos fiscais de forma a incentivar mais investimento e alargar o financiamento às empresas que querem crescer.
«O Qualifica, o Simplex e as reformas na política para as florestas são outros exemplos de áreas em que há constrangimentos e estamos a atuar com reformas estruturais», afirmou, acrescentando que Portugal está a olhar para outras oportunidades, como o turismo, as energias renováveis, a eficiência energética, a economia circular ou a digitalização da economia.
Reforma do sistema de inovação
Os programas Startup Portugal e Indústria 4.0 são centrados no crescimento futuro, apoiam empresas pequenas com forte potencial de crescimento e promovem «a aceleração da adoção de tecnologias determinantes para melhorar a inserção das empresas portuguesas nas cadeias de valor internacionais».
O Ministro referiu ainda o programa Interface, que «faz a ponte entre o conhecimento existe no ensino superior, a capacidade técnica que existe nos centros tecnológicos e as empresas».
«Estes três programas estão a fazer uma reforma estrutural do sistema de inovação português», disse.
Portugal tem ainda «muito potencial por aproveitar» e a valorização do conhecimento «é o único caminho para a valorização da produção nacional», numa «oportunidade que o País não pode perder».
«Queremos uma produção nacional que incorpore mais tecnologia, mais inovação, mais design. Que seja mais diferenciada e mais valorizada externamente. Queremos um Portugal mais competitivo, em que as exportações continuem a crescer. Mas que cresçam em valor. Que cresçam pela valorização do que é português e pela valorização do nosso principal ativo: os trabalhadores portugueses», concluiu.
Foto: Ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, na intervenção durante a interpelação ao Governo sobre as condições para o desenvolvimento da produção nacional na Assembleia da República, Lisboa, 24 maio 2017
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