Zona da fronteira com Espanha é «quase um diamante por lapidar»

O Ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, afirmou que a zona da fronteira com Espanha «é quase um diamante por lapidar», durante uma intervenção num almoço promovido pela Câmara de Comércio e Indústria Luso-Espanhola, em Lisboa.

«Precisamos de dar uma escala económica e política a esta cooperação que já se vai fazendo, tornando-a um tema importante para o trabalho conjunto dos dois países, das suas sociedades civis, das suas instituições, das suas empresas e dos seus trabalhadores», referiu.

Augusto Santos Silva disse que o espaço fronteiriço já «é um espaço de referência de centenas de milhares de pessoas, na sua vida quotidiana», acrescentando que a cooperação deve continuar a aumentar, não se limitando à que existe entre universidades e institutos politécnicos dos dois países.

«Precisa apenas de maior atenção da nossa parte, de instrumentos de política pública, de incentivos económicos mais adequados e de divulgação das muitas oportunidades que existem para o desenvolvimento local e regional» na zona fronteiriça, afirmou.

Aliança luso-espanhola na União Europeia

O Ministro dos Negócios Estrangeiros referiu que as propostas que Portugal e Espanha estão a apresentar no Eurogrupo «são as mesmas».

«Ambos os países têm interesse em completar a união económica e monetária, em batalhar por capacidade orçamental própria da zona euro, em defender a transformação progressiva do mecanismo europeu de estabilidade num verdadeiro fundo monetário europeu e em completar a zona monetária de forma a torná-la um investimento favorável também para a convergência económica», disse.

Augusto Santos Silva disse ainda que as mudanças «muito importantes» que estão a acontecer na economia portuguesa «favorecem o desenvolvimento das relações económicas com Espanha, com uma maior abertura e internacionalização da economia portuguesa, maior equilíbrio externo, retoma do crescimento económico e melhoria do ambiente socioeconómico.