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2017-03-07 às 11h26

União de interesses entre Portugal e França deve levar a uma defesa mais forte do projeto europeu

Ministro das Finanças, Mário Centeno, recebe o seu homólogo francês, Michel Sapin, Lisboa, 7 março 2017 (Foto: André Kosters/Lusa)

«Portugal e França são parceiros muito próximos, são nações historicamente pró-europeias», «ambos os países defendem uma construção europeia baseada na partilha de responsabilidades e de solidariedade», afirmou o Ministro das Finanças, Mário Centeno, no encontro com o seu homólogo francês, Michel Sapin, em Lisboa.

Sublinhando que «uma integração deste tipo só pode ser bem-sucedida se existir confiança mútua», o Ministro referiu que «o compromisso português vai muito para lá do domínio financeiro, visa ainda a coordenação de políticas económicas e a vontade de construir uma sociedade europeia mais equitativa e coesa».

«Em Portugal queremos que as regras sejam aplicadas de igual modo para todos. O empenho francês é muito visível, não apenas nas discussões económicas, mas também na forma como lidera a discussão sobre segurança», acrescentou Mário Centeno.

Parcerias económicas

«A França é um importante parceiro de Portugal» no crescimento que o País alcançou, disse ainda o Ministro, lembrando que «em 2016, a França foi o segundo cliente de bens e serviços de Portugal» e que «a presença de franceses em Portugal é forte e diversificada», com o país «no topo dos investidores estrangeiros no País».

Mário Centeno realçou que «também no imobiliário a presença francesa é bem visível», com «a França a liderar a lista dos estrangeiros que mais investiram neste setor» em 2016.

«Mas Portugal também contribui para o sucesso de França», sendo «ser um importante cliente de bens e serviços franceses: França é o terceiro fornecedor de Portugal», afirmou o Ministro.

Projeto europeu a uma só velocidade

«Esta nossa união de interesses deve lançar-nos para uma defesa mais forte do projeto europeu», disse Mário Centeno, referindo que «Portugal tem contribuído ativamente para as discussões sobre o futuro do Euro» e «temos esperança de que a Europa aproveite os próximos meses para aprofundar esta discussão».

O Ministro sublinhou: «Não acreditamos numa Europa a duas velocidades. Acreditamos numa Europa construída a boa velocidade. Acreditamos que, tal como acontece já hoje, alguns países podem trabalhar mais proximamente, e em conjunto, em alguns assuntos».

«Portugal julga que os próximos meses devem ser aproveitados para alcançar um consenso sobre a necessidade de completar a União Bancária», «peça essencial para reforçar a confiança no sistema financeiro europeu e uma pedra basilar na construção da União Económica e Monetária», acrescentou.

E concluiu: «No século XXI, nenhum país europeu terá, isoladamente, uma economia com dimensão que lhe permita fazer face aos desafios globais», pelo que «devemos trabalhar de forma unida». «Portugal e França poderão, certamente, dar o seu contributo na definição dos caminhos a seguir».

 

Foto: Ministro das Finanças, Mário Centeno, recebe o seu homólogo francês, Michel Sapin, Lisboa, 7 março 2017 (Foto: André Kosters/Lusa)