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2017-01-09 às 16h24

Portugal e Índia são complementares no plano económico

Primeiro-Ministro António Costa recebe do Presidente da República da Índia, Pranab Mukherji, a distinção de membro de honra da diáspora indiana, Bangalore, 9 janeiro 2017 (Foto: Tiago Petinga/Lusa)

«Espero que os negócios entre as duas comunidades empresariais possam tirar partido de uma relação cultural já histórica e do facto de Portugal e a Índia apresentarem caraterísticas de complementaridade no plano económico», afirmou o Primeiro-Ministro, António Costa, na abertura de uma conferência económica, com empresários indianos e portugueses, intitulada «Índia e Portugal: parceiros para o crescimento», em Bangalore, no terceiro dia da sua visita oficial à Índia.

António Costa sublinhou: «Do Governo português, podem estar certos que vamos dar todo o apoio, quer às empresas portuguesas de exportação para a Índia, quer às empresas indianas interessadas em ter presença em Portugal».

Referindo a incipiência das relações comerciais entre Portugal e a Índia, o Primeiro-Ministro realçou a mais-valia que a experiência empresarial portuguesa poderá representar em setores como o abastecimento de água, o tratamento de resíduos, a indústria de Defesa, as infraestruturas, as empresas startup, a agricultura, a indústria alimentar e as energias renováveis.

Abertura ao investimento

«Portugal tem uma longa tradição de abertura ao investimento direto estrangeiro» e «o Governo português está empenhado em criar um melhor ambiente global para o investimento, colocando esta política no centro da sua estratégia. Portugal apresenta também uma localização estratégica única entre os principais mercados mundiais», reafirmou o Primeiro-Ministro.

António Costa acrescentou que «os laços económicos e os negócios são sempre favorecidos pelos contactos pessoais diretos» e, «com esta visita e com este seminário, queremos estreitar os laços entre Portugal e a Índia».

No mesmo sentido, o Ministro da Economia referiu: «Temos uma longa tradição de construção de pontes, num mundo que apresenta agora uma preocupante tendência para construir muros» e «Portugal pode ser uma plataforma para o investimento no vasto mercado dos países de língua portuguesa».

Perante uma plateia com dezenas de empresários indianos, o Primeiro-Ministro afirmou que o Governo está a adotar medidas de desburocratização administrativa como o Simplex +, «para acelerar a operacionalização de um sistema global de incentivos ao investimento».

Vistos para jovens empreendedores e quadros

«Estamos a preparar um Visto Startup, destinado a empreendedores indianos e a jovens quadros graduados na área das tecnologias de comunicação e informação. Tal facilitará a possibilidade de residirem e iniciarem negócios em Portugal», disse também o Primeiro-Ministro.

António Costa discursava num encontro de startups (empresas inovadoras em início de atividade) portuguesas e indianas, no Instituto Tecnológico de Bangalore, no qual também discursou o Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros da Índia, Mobashar Jawed Akbar.

António Costa afirmou que o Governo quer dar continuidade à forte presença registada por jovens indianos de startups na última Web Summit (maior conferência do mundo na área tecnológica), que decorreu em novembro, em Lisboa, e que se repetirá em 2017.

«Fui testemunha da atmosfera vibrante que se registou durante esses dias em Lisboa, uma cidade que tem como lema construir pontes, e não muros», afirmou.

«Portugal é o país ideal para testar inovações»

O Primeiro-Ministro presidiu também à assinatura de um memorando de entendimento entre a Startup Portugal e a Agência Nacional de Promoção de Investimentos da Índia, tendo apelado aos jovens indianos para que aproveitem os Vistos para investidores e quadros que o Governo português vai criar.

«Portugal tem uma longa tradição de tolerância e de abertura ao mundo, algo que tem sido reconhecido internacionalmente. A capacidade de interação entre pessoas de diferentes origens, culturas e religiões faz parte do DNA de Portugal», disse o Primeiro-Ministro.

«Penso que Portugal é o país ideal para vocês testarem as vossas inovações, eventualmente falharem, e testarem de novo até serem bem-sucedidos», afirmou referindo também várias medidas de apoio ao empreendedorismo, como o programa Startup Portugal.

O Secretário de Estado da Indústria, João Vasconcelos, disse à agência Lusa que os jovens indianos já dispõem destas facilidades de instalação em Londres (Reino Unido) e em Silicon Valley (Califórnia, Estados Unidos), e a ideia é «permitir que Portugal possa assumir-se como um novo polo de opção».

«Startup entre Portugal e a Índia»

O Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros da Índia afirmou que «este é o momento de anunciar a mais relevante startup do mundo: A startup entre Portugal e a Índia».

Mobashar Jawed Akbar disse que «não se está, aqui, perante um dicionário de palavras sem consequências práticas. Estou confiante que a parceria entre Portugal e a Índia marcará as primeiras décadas do século XXI».

«O navegador português não sabia o que esperar, mas sabia que tinha de começar. No presente, se nós subestimamos sempre aquilo que podemos fazer num ano, então nem sequer conseguimos imaginar o que podermos fazer numa década», afirmou.

Membro de honra da diáspora indiana

O Primeiro-Ministro foi um dos distinguidos pelo Presidente da República da Índia, Pranab Mukherji, como membro de honra da diáspora indiana, numa cerimónia que se realizou em Bangalore, capital do Estado de Carnataca.

António Costa recebeu o galardão na categoria de serviços públicos, tendo sido ainda atribuídos prémios por serviços relevantes prestados a comunidades, assistência social, ciência e investigação, negócios, saúde, ensino e educação, e artes e cultura.

 

Foto: Primeiro-Ministro António Costa recebe do Presidente da República da Índia, Pranab Mukherji, a distinção de membro de honra da diáspora indiana, Bangalore, 9 janeiro 2017 (Foto: Tiago Petinga/Lusa)