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«Além da cooperação bilateral entre os dois países, há uma disponibilidade mútua para a cooperação triangular no espaço lusófono», afirmou o Primeiro-Ministro, António Costa, na abertura da Conferência Ministerial do Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa (Fórum Macau).
O Primeiro-Ministro sublinhou: «Portugal tem inteira disponibilidade para desenvolver projetos de cooperação triangular com a China em outras regiões onde ambos os países possam beneficiar das sinergias entre diferentes operadores económicos», referindo as áreas da agricultura, educação, ambiente, infraestruturas e energias renováveis.
«Juntando forças, Portugal e a China, à força do Brasil, à força de cada um dos países africanos de língua portuguesa, poderemos todos e cada um fazer mais em conjunto do que qualquer um de nós pode fazer em separado», acrescentou António Costa.
O Primeiro-Ministro lembrou ainda que, «pela sua condição de membro da União Europeia», Portugal é uma plataforma de contacto importante entre as diferentes economias representadas neste fórum e a Europa».
O investimento chinês é importante porque representa a «valorização da nossa economia, com criação de emprego, estabilização do nosso sistema financeiro e potenciação da capacidade de produção industrial», afirmou António Costa, no final de um encontro com a comunidade portuguesa de Macau.
«Isto vão ser os resultados futuros da sementeira que andámos a fazer. Acho que o terreno está fértil para essa sementeira, não só para consolidar os investimentos que já existiram no passado, como também em termos de projetos para futuro», disse ainda.
Macau como plataforma de ligação
O Fórum Macau reuniu nesta sessão os Primeiros-Ministros de Portugal (António Costa), Cabo Verde (Ulisses Correia e Silva), Guiné-Bissau (Baciro Djá), Moçambique (Carlos Agostinho do Rosário) e China (Li Kequiang), e os Ministros da Economia de Angola (Abrahão Gorgel), da Indústria e Comércio Exterior do Brasil (Marcos Pereira) e de Estado e Coordenador dos Assuntos Económicos de Timor-Leste (Estanislau Aleixo da Silva).
As trocas comerciais entre a China e os países lusófonos cresceram permanentemente desde a criação do Fórum, em 2003, tendo caído pela primeira vez em 2015, com reflexos significativos nas exportações portuguesas.
Durante a inauguração de um laboratório de tradução automática entre as línguas portuguesa e chinesa no Instituto Politécnico de Macau, o Primeiro-Ministro referiu que Macau pode funcionar como «uma ponte virtual que liga todos os países onde o português é a língua oficial» e a China.
«Essa ponte virtual é, de facto, uma enorme ponte, que parte de Macau para Timor-Leste, que depois segue para Moçambique, para a África Ocidental, até ao Brasil, chegando finalmente a Portugal», disse António Costa.
A língua mais falada no hemisfério sul
O Primeiro-Ministro realçou que «a língua é um fator de identidade dos povos, mas que, ao contrário de outros fatores de identidade, é também um meio de aproximação entre culturas».
«A língua portuguesa é falada por 260 milhões de pessoas, é uma das mais faladas do mundo e é a mais falada em todo o hemisfério sul. Em 2050, o português será a primeira língua de 360 milhões de pessoas», referiu António Costa.
O Primeiro-Ministro lembrou ainda a ligação histórica entre Portugal a Macau, bem como a forma ordenada como decorreu a transição da administração do território para a República Popular da China, a 20 de dezembro de 1999.
A visita incluiu ainda uma visita à Escola Portuguesa de Macau, onde estudam 550 alunos de 25 nacionalidades.
WebSummit
No âmbito da visita, Portugal e Macau assinaram um memorando de entendimento com o objetivo de promover o empreendedorismo e o apoio às empresas em início de atividade (startups).
O Primeiro-Ministro convidou as empresas stratup de Macau e da China a participar na conferência global de tecnologia (WebSummit) que se realizará em Lisboa, em novembro, «para se encontrarem com startups de todo o mundo e, assim, em conjunto, contribuir para uma economia mais dinâmica, mais criativa e mais inovadora».
Reafirmando que Macau é, historicamente, uma terra de pontes, António Costa referiu que «na economia de hoje, assente no conhecimento, na criatividade e inovação, se há algo que é essencial é estabelecer pontes entre o talento e a diferença».
«É esse trabalho que queremos prosseguir à escala global, acolhendo em Portugal em novembro, e nos próximos três anos, o maior evento mundial na área da inovação e do empreendedorismo, que é o WebSummit», concluiu.
No WebSummit são aguardados mais de 50 mil participantes, de mais de 150 países.
Foto: Primeiro-Ministro António Costa e Primeiro-Ministro Li Keqiang à entrada para o Forum entre a China e os países lusófonos, Macau, 11 outubro 2016 (Foto: Carmo Correia/Lusa)
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